QUEIXA
Não amo essa mulher barra pesada,
toda em cimento, pedra e alvenaria,
disposta a dar o troco em tonelada
de indelicadeza e descortesia.
Prefiro aquela que se fez amada,
por ser teimosa e quente em demasia,
dengosa, feminina, equilibrada,
mesmo nos rasgos de sua teimosia.
Aquela que é sutil na sutileza,
tem gestos singulares de leveza
quando me colhe em falta e me censura.
Aquela que, de renda e filigrana
é fina como a fina porcelana
e generosa em beijos e ternura.
|