No tempo de Jesus, conforme é sabido, havia um monopólio do perdão. Ou seja: somente os sacerdotes tinham digamos, a “autorização” para redimir os pecados daqueles que por ignorância, ou qualquer outro motivo, infringiam as leis morais.
Ocorre que os ensinamentos de Jesus, que aconteciam há uns dois anos, dispensavam os serviços dos sacerdotes, e esse fenômeno pareado com a opressão militar e fiscal sofrida pelo povo judeu, tornavam o clima bastante quente.
Numa ocasião Jesus foi questionado com firmeza pelos seguidores de Anás e Caifás. Perguntaram-lhe: “Quem é que te deu autoridade para fazer isso você vem fazendo?”
Disseram a Jesus (em tom ameaçador) que ele afirmava ser filho de Deus; acusaram-no de violar o sábado, e perdoar os pecados. “Mas quem foi que te deu essa autoridade?” Eles queriam saber de qualquer jeito; afinal Jesus ameaçava a ordem teológica vigente.
Se Jesus vivesse sob a pressão dos dias atuais perguntariam a ele: “A que sindicato você pertence?” Ou: “Qual foi a faculdade que você cursou para falar isso tudo que vem falando; você tem diploma para exercer essa atividade?”
É meu amigo, não era fácil não!
Jesus supondo que os detentores do conhecimento (eram doutores em leis teológicas) baseavam a arrogância no saber profundo, devolveu o questionamento perguntando: “Se vocês me disserem quem autoriza João Batista, a lei dos homens ou a lei de Deus, eu lhes responderei a pergunta”.
Os sabichões recearam afirmar qualquer coisa. Na verdade os manda-chuvas temiam a opinião pública, as reações do povo, e se calaram. E por isso mesmo Jesus também não lhes respondeu quem o autorizou a fazer tudo o que vinha fazendo.
Jesus conhecia todos os ensinamentos dos antigos profetas. E ele não precisava de qualquer informação sobre as pessoas: Jesus conhecia os homens por dentro.