Brasília tem péssimos escritores, segundo Henrique Wagner, um amigo, poeta baiano, que atualmente mora lá. Brasília realmente precisa acordar. E não só para a literatura, mas para as outras manifestações artísticas. A capital do Brasil tem de ter uma política cultural minimamente séria. Estou ainda bastante impressionado com a precariedade das salas de concerto da cidade. Ninguém lá fora acreditaria se lhes contassem que nem mesmo o teatro mais importante da cidade, que leva o pomposo nome de Teatro Nacional Cláudio Santoro, possui um bom piano.
No exterior, em teatros e salas de concerto de relevância equivalentes ao Teatro Nacional, colocam-se à disposição dos pianistas pelo menos cinco grand pianos, na maioria Steinways, com menos de dois anos de uso. É nesse momento que os artistas podem escolher o tipo de sonoridade e de ação mecânica mais apropriada para o seu repertório. Ao que parece, isso é de total desconhecimento da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal e também do maestro Sílvio Barbato. Do contrário, o maestro, na posição de diretor musical da Orquestra Sinfônica, condicionaria sua atuação à resolução desse vergonhoso problema. Problema que, segundo já estou informado, se arrasta há anos. O que só prova a ausência de uma política cultural séria para Brasília.
Galera, nem mesmo o Teatro de Nova Déli, na Índia, é tão mal aparelhado.