Desculpa esta cara amarrada,
este céu sempre para chover...
este nó no peito,
este gosto de jaca verde
a cada insinuação minha.
Desculpa meu silêncio,
este humor insuportável,
esta minha desistência,
esta sensação de nada...
Desculpa... mas é o meu jeito
por não saber dividir direito
minhas falhas, minha alma escura
de dias de temporal...
É que estou acostumada
a conviver com a poesia
que não me cobra
e nem julga a irreverência minha...
É que estou já conformada
com o deslize das palavras,
as escritas... nunca mais a falada,
pois nem sei dizer direito
o que me arranha a garganta
e cada vez que desejei um tanto,
foi meu grito que calou,
lá pelas tantas...
|