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Cordel-->Prosa de pescadô... -- 31/03/2007 - 10:32 (Tere Penhabe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Prosa de pescadô...
Terê das Bêra Mar

Puis intão vô lhe contá
não a cunversa, mai prosa
que vivi lá na mia roça
numa das tardi faguera
onde eu e a cumpanhera
saía pramordi pescá
que era o único lugá
onde a gente divertia
nói pescava e nói cumia
o que dava pra pegá.

O moço tem suas razão
que dipoi da cobra torta
seno ela viva o morta
quarqué coisa tem valia
inda mai as pescaria
num tem purquê duvidá
de quem vem cá pá criá
essas invenção matrera
de chega a intortá a oreia
de quem tá a iscuitá.

O meu fado acunteceu
lá na ponte de Cerquera
onde eu e a cumpanhera
mi a mãe, que Deus a tenha
queimava a lata e a lenha
pra fritá nossos pexinho
mai só dele os mai mansinho
que os valentão foi que feiz
nóis perdê o rumo e a veiz
e í imbora de fininho.

Mainha foi quem chamô
eu pra com meus zóio vê
(eis que a terra há de cumê)
sem otra presenciação
dessa história de lambão
mai que é verdade pura
co as mãozinha na cintura
os marfadado lambari
gritava: nóis tamu aqui
pra fazê a vossa agrura!

Que pá chegá a pescadô
ceis duas tem que aprendê
aos lambari intendê
onde se viu fritá nóis
bem perto desse lençóis
de água azur do Panema
nóis caba o vosso dilema
mai pegá nóis ceis num pega
que já é antiga regra
nosso rico istratagema.

E nessa prosiação
tavam lá os lambari
pareciam mais saci
mostrano a língua pa nóis
dano nó nos tar anzóis
que eu me desesperei
pra mainha eu falei
mi bilisca mãe, pur Deus
que eu sô um dos fio seus
diga que eu não desandei.

Tá certo que eu bibi
meia dúzia de buemia
mai uma caracu cum gema
que num priciso mai gosto
e eu bebo do que eu posso
cumo diz o Pagodinho
devo nada pro vizinho
bebo tudo que eu quisé
mai num quero perdê a fé
nus amado miolinho.

Mai nada adiantô
que quanto mai eu falava
mai os lambari gargaiava
dançano im vorta do fogo
cada um fritano um ovo
e gritano disaforo
que mainha im disafogo
distrambelhô a chorá
sem querê acriditá
nesse nosso vir sufoco.

Sei que num é faci de crê
mai pa Deus nada é impussíve
nesse nosso mundo incrive
tudo pode acontecê
inté memo o trelelê
que tô aqui a lhes contá
só memo quem tava lá
pode avaliá o distino
das pescadera de tino
posentamo o samburá.

Mainha num mi abona
já passô po otro lado
mai me dexô seu legado
história de pescadô
de tudo que ela contô
num se assemelha siqué
a esse dia mai sem fé
que vivi lá no Panema
que me ficô o dilema
será que foi tudo mé?

Tere Penhabe
Santos, 31.03.2007
www.amoremversoeprosa.com
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