O silêncio da madrugada embala teu sono.
A rua é tua morada.
No teto, Lua e estrelas.
Velho cobertor em farrapos,
parcos e míseros trapos,
aquecem teu corpo cansado.
Tu ainda és homem, ou não?
Afogadas na cachaça – doce companheira –
tuas tristezas foram esquecidas.
Não lembras teu nome,
tampouco tuas feridas.
Quem foras? Quem és?
Há muito perderas a razão.
Eis que, vítima da insensatez humana,
do sono é despertado.
Acordas nos braços de um anjo,
que, ao ver-te assustado, conforta-te:
“ – É findo o pesadelo, meu filho!”
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