O primeiro dia de todos os outros sem você
fizeram noites sem sol,
foram manhãs sem estrelas
e tardes sem norte.
Foi como um brilho que cismou em ficar,
doía e ardia feito ferida,
o vinho da tua falta amargava feito fel,
na alma um desalento denso
feito névoa e dava vontade de chorar.
Vinha de uma canção perdida um verso
dizendo que se é amor não morre,
pois seu viço tem dolência no mel.
Se enfeita de néon sendo estrela,
se perfuma sendo flor,
pois é amor e não se guarda ou quebra
e se se desencantar arde na alma
mais aquecerá, pois é amor.
Não adianta espalmar as mãos na face
nem verter a dor sem respirar com paz,
pois a jura não fenecerá.
Todas as palavras serão colhidas, pois é amor
e ninguém ceifará,
nem se perderá sua semente rutilante.
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