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Contos-->PELE -- 11/02/2004 - 09:15 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Low era quadrilheiro. Em meados da década dos noventa, imiscuíra-se num jornal de Tupinambica das Linhas. Exercendo então o seu fascínio, charme pessoal e charlatanice comprovada, objetivou debilitar a empresa para depois compra-la a preço vil.
Ele não estava sozinho. No seu time havia profissionais que desconheciam os verdadeiros alvos colimados pelo líder. Quando ascendeu ao cargo de gerente, recebera uma certa condescendência, da proprietária, para as questões ligadas aos gastos com os equipamentos modernos.
Low achava que “o mundo era dos espertos”. E se a desintegração, da família dona, fosse um dos “efeitos colaterais”, das sangrias financeiras imperceptíveis, que o levariam a apoderar-se do conglomerado gráfico, isso não produziria nele, uma dose mínima de remorso sequer.
Era o Low amicíssimo dum político, notório na cidade, por utilizar-se das técnicas maquiavélicas destruidoras dos adversários, a fim de assentar-se nas cadeiras do poder. Ficara o déspota conhecido por trazer milhares de trabalhadores rurais do interior de Minas, com o propósito explícito de obrar no corte da cana das usinas de açúcar da região. O motivo oculto, dessa movimentação das massas, era a obtenção dos votos com os quais perpetuaria seu poder in the city.
Compunha o grupo de Low uma viúva que tivera o marido morto, por fogo amigo, num canavial, quando caçava o assassino duma prostituta famosa na cidade. Os drinks que ele bebera, sob a luz tênue, da sala movimentada, obrigaram-no a procurar o culpado.
Dona Éaspera, a viúva, era filha do velho babão, que vivia perambulando pela praça central de Tupinambica das Linhas, sempre à espera do salário minguado a que fazia jus, depois de anos e anos de labuta no magistério inglório.
Na ponta direita do ataque do time de Low, jogava um sobrinho do empreendedor e construtor de edifícios que, por muita sorte, conseguiu matar somente 45 vítimas no momento em que seu prédio, em construção, ruiu.
Os antigos achavam que no Rio de Janeiro, depois que o edifício Palace desabou matando 8 pessoas, e o seu responsável expelido lá do CREA e do cargo de deputado federal, as punições foram exemplares. Em Tupinambica das Linhas não houve praticamente conseqüência nenhuma.
Será que as vítimas do interior de S. Paulo tinham menor valor?
Uma componente da corriola do Low, era casada com um sujeito que se atribuía dotes de professor universitário, mas que era fortemente ligado com o satanismo e magia negra. Aliás, diga-se de passagem, a incidência das afecções mentais na cidade era tão elevada que alguns especialistas não tardaram em correlacionar a crença nos espíritos como algo intimamente ligado às doenças. Mas se a loucura era a causa das crenças, ou as crenças, as causas da loucura, não havia ainda um consenso dos mestres.
Faziam parte do esquadrão, aqueles sabichões que insistiam em motivar seus pacientes obesos, tratados com quilos e quilos de neurolépticos, a emagrecerem com atividades físicas. O leigo não saberia dizer se os “doutores” agiam dessa forma por desconhecer a ação medicamentosa ou se eram brincalhões mesmo.
O demônio velho que, usando dois assassinos, abordou o empresário, na sua garagem, matando-o com três tiros, sentir-se-ia plenamente regozijado se o empreendimento da vítima falisse e, o rei Momo fosse eleito, naquele ano, prefeito de Tupinambica das Linhas.
Com Momo eleito, os funcionários da empresa de Low seriam todos contratados pela administração pública e, eles não teriam então, outro trabalho do que aquele de só aparecer na repartição, pelo menos uma vez ao mês, a fim de embolsarem seus benditos salários polpudos.




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