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Poesias-->CIDADES BARROCAS -- 02/12/2004 - 18:50 (ANTONIO MIRANDA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CIDADES BARROCAS



Poema de Antonio Miranda





“De tudo que deixei perco a memória”.

CLÁUDIO MANOEL DA COSTA





I

Naquela madrugada fria e umbrosa

chego a Ouro Preto, de ônibus

pelas corcovas dos montes

vencendo estreitos caminhos:



jovem, na neblina, farejo

odores curtidos, madeiras

carcomidas, pedras suadas

sob os passos apressados.



Das janelas antigas e severas

mortos observam os transeuntes

como fogos-fátuos assustados

em chama eterna, inquietos.



Cruzo “régias pontes sobre

grossos arcos” na companhia

de Cláudio Manoel da Costa

-nubívago árcade inconfidente.



Gonzaga, Cláudio, Alvarenga

tocando albas ovelhas e frautas

num conspiração de sarau

que acabou em desterro e esquartejo.



Em que “foi preso simples alferes

que só tinha um bacamarte”

-diz-nos Cecília Meireles

no Romanceiro de Minas.



II

Cimalhas e gelosias de sobrados

enobrecidos, envergonhados, encardidos

nas ladeiras lúbricas, ladeados

ostentando luxos esquecidos



Visão fugaz de tempos idos

de ilustres gentis-homens, foragidos

escravos prófugos, clérigos possessos

Marílias e Dirceus em versos.



Na Igreja, São Francisco pintado

no teto, numa cabana de índios.

As velhas minas feridas, violadas

violentadas, vazias, esgotadas.



Em Congonhas, a genialidade

mulata do Aleijadinho (no dizer

de Afonso Arinos de Melo Franco)

na pedra-sabão de sua agonia.



Em Mariana, lado a lado

janelas e portas de igrejas

na praça, dialogam, seculares

e revelam graves segredos.



Igrejas brancas, debruadas

em azuis imorredouros

co´as paredes debruçadas

sobre as luzes de seus ouros.







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Este poema faz parte do projeto de livro TERRA BRASILIS, em preparo, ver em www.antoniomiranda.com.br

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