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Autor: Daniel Fiuza
03/08/2000
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Tenho na retina uma imagem em permanente fato,
Na garganta um grito agudo, preso delirante,
Cativo na minha pele, envolvido teu sensível tato,
Em sinfonia psicodélica passiva alucinante.
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Utópico sentimento ungiu o romântico drama,
Em traumatismo trágico ardente em chama,
Os caprichos do destino transitório,
Faz na sombra da vida o antigo repertório.
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Uma orquestra sinfônica faz teu canto,
Em melodia volúvel divina universal,
O sofisma perecível da sensível vida,
Instável o vulto deslumbrante e imortal.
iv
Sinto na boca a doçura amarga que devias ter,
A magnitude flexível do semblante que podias ser,
Ásperos e insaciáveis são os pensamentos,
Raros, tiranos rasgam o véu nossos momentos.
v
Visão turva das lembranças retorcidas,
O trágico caminho de fatos inconstantes,
Travam o êxito da vivência teosófica merecida,
Sobra a loucura do amante, apaixonado e delirante.
vi
O propósito de viver feliz e radiante,
Perdeu-se no trâmite notável e inconstante,
Tutora da minha vida e do meu leito,
Resignado, ofuscado e vencido... Aceito.
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