Abre-se a janela do amanhecer .
Os beija-flores anunciam sua chegada,
Trazendo consigo os raios fortes do sol.
Mais do que nunca neste instante,
Se revela o quanto é verde o campo e as folhas da calêndula,
E quanto é frio o ar que se respira.
O orvalho manso escorre vagarosamente pelas pétalas da margarida,
Que acaba de nascer.
O orvalho acumulado na ponta da folha,
Transforma-se em uma tênue redoma de vidro
que a qualquer instante esfacelará,
matando a cede da terra.
O lugar se mostra mais colorido,
E a relva mais viçosa.
As cores são mais vivas.
O perfume apresenta-se mais puro,
Mais gelado,
Mais vivo.
As borboletas ficam a borboletear pela imensidão do lugar.
São elas as verdadeiras e constantes dançarinas do novo dia.
Amanhecer que tem pressa de ser dia,
Dia que tem pressa de ser tarde,
Tarde que tem pressa de ser noite,
E noite que precisa ser madrugada,
Madrugada que é necessário se conceder e ser o amanhecer.
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