Uma das idéias mais equivocadas do passado é que fazer muito sexo faz mal. Para começo, o sexo é a coisa que temos menos probabilidade de fazer em excesso; pois o exagero resulta em temporária perda da vontade e da capacidade de continuar com a relação sexual. E, como qualquer outro exercício, a regularidade nas relações sexuais estimula as glândulas respectivas a produzir melhor os hormônios femininos e masculinos e os testículos se recarregam mais rapidamente de espermatozóides. Análises científicas atuais comprovam que sexo só faz bem.
Os efeitos do ato sexual sobre o organismo são maravilhosos. Um artigo da Revista Forma Física de setembro de 1997 afirma que o sexo traz os seguintes benefícios: “queima calorias; melhora o humor; ameniza cólicas menstruais; alivia dor de cabeça; fortalece a musculatura pélvica; aumenta a imunidade; regula os intestinos; regula o ciclo menstrual; previne o enfarte; relaxa e melhora a insônia.”
Uma das maiores falhas religiosas foi a lenda do pecado original como sendo a relação sexual. O desejo mais benéfico se converter em ofensa ao criador. A repressão sexual, que não fazia parte de todas as religiões do passado, tornou-se a tônica da era cristã. Enquanto no antigo Egito a relação sexual era rito religioso, a religião hebraica restringiu tanto essa função vital, que, no sábado, dia sagrado dedicado ao criador, os casais deveriam abster-se de relações sexuais. A masturbação também tem sido considerada um pecado. A escritura hebraica fala de Onan, um hebreu que, descontente com o dever de cumprir o levirato (casar-se com a viúva do irmão), interrompia a relação no momento do orgasmo, jogando fora o sêmen, pelo que foi divinamente condenado à morte. Embora Onan não se masturbasse, mas praticasse o coito interrompido, o termo “onanismo” veio a significar masturbação, e o ato tem sido visto como reprovável pelos religiosos.
O desejo sexual, característica de uma pessoa sadia, foi paradoxalmente denominado pelos arautos do cristianismo de fraqueza da carne, e, longe de considerarem os benefícios do sexo para a cabeça humana, falou-se de concupiscência carnais que combatem contra a alma.
O catolicismo criou a interpretação de que o pecado original foi a relação sexual, como se vê em uma reza católica: “Oh Maria concebida sem o pecado original...” (Maria, a mãe de Jesus, não só o teria concebido por obra do Espírito Santo, como também ela teria nascido por obra divina, independente de uma uma relação sexual).
Deixando de lado a noção de pecado, voltando para os efeitos biológicos, ainda em nossos dias, persiste a idéia de que os atletas não devem fazer sexo na véspera da competição. As análises científicas do ato sexual atualmente, a contrario senso, só têm demonstrado benefícios de sua prática.
O exercício físico, aliado à sensação agradável do orgasmo, melhora o metabolismo e fortalece o sistema imunológico. Há um efeito regulador de vários hormônios do corpo. O bem-estar experimentado através do orgasmo tem um efeito rejuvenecedor sobre todo o organismo, equilibrando as funções de várias partes do corpo. O relaxamento resultante do orgasmo melhora o sono, possibilitando um melhor desempenho cerebral na tarefa de organizar os neurônios.
As glândulas sexuais são generosas na produção de espermatozóides, e estocá-los não ajudam em nada. Os lutadores que se abstêm de relações sexuais nas vésperas das lutas não estão reservando tanta energia quanto pensam. Quando estão treinando, estão consumindo mais energia do que ao fazer sexo. É verdade que uma relação sexual consome quantidade considerável de calorias, mas não é deixando de gastar energia que se mantém o corpo forte. Ele precisa consumir e repor constantemente para não se enfraquecer. O consumo adequado adapta o corpo a repor melhor os desgastes. Somos uma máquina eficiente para capacitar-se a executar tarefas cada vez mais difíceis cada vez com mais facilidade, desde que condicionada gradativamente.
Outros estudos trazem o seguinte:
“Está mais do que evidente que sexo é bom para a saúde. Quem tem três relações sexuais por semana queima, em um ano, a mesma quantidade de calorias que consome em 130 quilômetros de corrida. Sexo aumenta o nível de testosterona, que fortifica ossos e músculos e produz o colesterol benéfico. O pesquisador dr. Beverley Whipple afirma: ‘As endorfinas, analgésico natural produzido pelo corpo, são liberadas durante a atividade sexual e aliviam dores de cabeça, torcicolo e artrite.’ Pouco antes do orgasmo, é liberado o hormônio desidroepiandrosterona, que melhora a inteligência e o sistema imunológico, fortifica os ossos e inibe o crescimento de tumores. Na mulher, além do estrogênio, é liberada em altas doses durante o ato sexual a ocitocina, hormônio que desperta o desejo de ser tocada. O dr. Harold Bloomfield demonstrou que o estrogênio está associado à qualidade dos ossos e ao bom funcionamento do sistema cardiovascular. Todos esses hormônios protegem o coração e aumentam a expectativa de vida. Portanto, mais sexo quer dizer menos estresse e vida mais longa. A lista de benefícios de uma boa vida sexual vai longe!” (Allan e Barbara Pease, em Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor, pág. 174 e 175, apud “A FONTE DA JUVENTUDE”.
Como qualquer outro exercício agradável, a relação sexual está nos preparando para o prolongamento das nossas atividades no tempo.