Algumas pessoas estão confundindo oposição à guerra com antiamericanismo e pró-socialismo. Isso não é apenas um erro de interpretação dos fatos; é uma completa ignorância. Isso é pior do que achar que Bush é o diabo e Sadam um santo.
Oposição à guerra é questão de racionalismo, humanismo e bom senso. Não é questão de ser contra a essa ou àquela guerra; mas ser contra todas as guerras. Por pior que Sadam possa ser – e ele é um ditador inescrupuloso – a guerra é a prova mais contundente de que a humanidade, os governantes e a própria ONU fracassaram. Ser contra a guerra é acreditar que tais fracassos podem ser evitados.
Ser contra a guerra não é o mesmo que antiamericanismo. É dedutível que todos aqueles que se opõem aos EUA são contra a guerra. Todavia, muitos o são por outros motivos. Existe, porém, uma grande maioria daqueles que são contara à guerra que até nutrem simpatia pelos EUA.
O maior erro daqueles que não sabem interpretar os fatos é acreditar que a oposição à guerra é uma estratégia pró-socialista. Achar fundamento em tal afirmação só porque países como a China, França, Alemanha, Cuba e Brasil entre outros são contra a guerra só porque seus governos são de esquerda é uma total ingenuidade. Primeiro, porque nem todos os governos de esquerda são contra a guerra; segundo, porque nem todos os governos de direita são a favor da guerra.
Se a maioria dos socialistas é contra a guerra, não o são porque acham Sadam Hussein um democrata ou um santo. Isso me parece mais com um argumento fascista do que qualquer outra coisa. Prefiro acreditar na ingenuidade daqueles que sustentam tais argumentos. Nenhum socialista em sã consciência defenderia Sadam Hussein. O que tais críticos não entendem é que devido a uma maior preocupação com as conseqüências de um conflito desnecessário os socialistas preferem esgotar todas as demais possibilidades e evitar a perda de vidas humanas. Isso não é antiamericanismo.
Eu acho até que tais pessoas não são capazes de diferenciar socialismo de comunismo. Será que sabem? Duvido.