IRAQUE: UMA LIÇÃO
0000FF”> Às vezes até parece que a gente está querendo ser inoportuno ao ficar rebatendo sempre na mesma tecla; não obstante, com o desenrolar dos fatos, há sempre algo mais a acrescentar àquilo que já foi dito. E quando se dispõe a comentar o conflito EUA-Iraque existe sempre o risco de se dizer algo que daqui a algum tempo perde todo o sentido. Mas mesmo assim, há certas verdades que não mudarão com o tempo.
Quando o conflito se iniciou, com a invasão americana, o alto escalão do governo americano supunha que, derrubando o ditador Sadam Hussein, o povo iraquiano recebê-los-ia como heróis, libertadores e com glórias; este, porém, foi só mais um equívoco acrescido a longa lista e erros cometidos desde antes mesmo da invasão. Ao contrário do que se esperava, o povo iraquiano mostra-se a cada dia mais e mais aversão ao exército invasor.
Os EUA não conseguem conter a violência e a sensação é de completo caos, de uma terra sem lei; a criminalidade subiu a níveis alarmantes e simplesmente nada funciona. Transportes, abastecimento, segurança pública, saneamento básico tudo é precário. A sensação que se tem é a seguinte: se os EUA não são capazes nem de proteger seus próprios soldados, como é que podem proteger a população iraquiana.
Após os últimos atentados e a constante baixa de soldados americanos, a situação no Iraque só tende a deteriorar mais e mais. Não é por acaso que lentamente os EUA estão admitindo que não são capazes de controlar o território iraquiano e pedindo a participação da ONU – o que era inadmissível até pouco tempo.
A conclusão que se tem é de que os EUA já não são mais a grande potência capaz de lidar com conflitos externos. Além do Iraque, o Afeganistão vive situação parecida. Nem mesmo o apoio logístico ao governo colombiano para combater ao narcotráfico e as guerrilhas, e a costura de um plano de paz para o Oriente Médio estão dando resultados; sem contar com o fiasco na tentativa de derrubar o presidente colombiano, Hugo Chaves. Nunca em toda a história americana se colheu tantos fracassos seguidos.
A pergunta que fica no ar é: de que adianta tecnologia bélica e armas capazes de destruir o planeta dezenas de vezes se não são capazes de resolvê-los sem o uso dessas armas?
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