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Artigos-->A ERA PÓS-CRISTÃ -- 22/02/2003 - 22:15 (JOÃO DE FREITAS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Além das Idades paleolítica, Mesolítica, Neolítica, Clássica, Média, Moderna e Contemporânea, o mundo cristão conhece paralelamente as Eras Mosaica e Cristã. Analisando o curso da história, acredito que, em um futuro não muito distante, teremos o início da Era Pós-Cristã, com um mundo bem mais equilibrado. Essa era virá quando uma grande parte da sociedade compreender que não há seres sobrenaturais comandando o destino da Terra.



Na Era Pós-Cristã, o calendário provavelmente iniciará o ano no equinócio da primavera setentrional, que ocorre por volta de 21 de março do nosso calendário. Essa data é a mais apropriada astronomicamente, ao lado do equinócio oposto, uma vez que a primavera representa o florescimento da vida e o inverno, última estação, mostra uma natureza meio morta. Um calendário assim fica mais compatível com a natureza. Essa data já foi escolhida no passado pelos criadores das medidas do tempo, os caldeus, mediante a observação dos astros.



As religiões, ainda que não se acabem, vão ficar restritas aos grupos mais pobres e sem cultura, que sempre existirão. Eles não oporão tantos obstáculos ao avanço científico como hoje e desistirão de marcar datas para o fim do mundo. Não significa que o mundo não terá fim. Um acidente como o que aconteceu com Júpiter em 1994, choque de um cometa, seria suficiente para destruir toda a humanidade. Se isso ocorrer um dia, o que tem probabilidade de ocorrer a menos que a ciência consiga meios de desviar corpos celestes, só após bilhões de anos poderá haver outra civilização humana, que certamente terão deuses semelhantes aos criados pela atual.



O trabalho será menos desgastante, com jornadas menores, havendo um pouco mais de tempo para o lazer, e ocorrerá conseqüentemente diminuição do desemprego. Com menos desempregados, teremos mais consumidores, propiciando lucro mais rápido às empresas, que poderão melhorar ainda mais as condições de trabalho dos empregados. Crescerá o número de empreendimentos da área de diversão, o que contribuirá ainda mais para empregar maior número de pessoas, que serão necessárias para atender à população com mais tempo livre, produzindo o que podemos chamar de "círculo virtuoso", invertendo o círculo vicioso predominante hoje, que causa tanta miséria e prejuízos.



As reservas petrolíferas irão se esgotando, o que obrigará ao uso de fontes de energia menos poluentes, redundando na melhora do ar que respiramos.



Com o fim dos tropeços contra as pesquisas científicas, será mais simples curar todas as doenças, inclusive as hoje incuráveis.



As pessoas estarão vivendo um pouco mais, e as famílias serão menos numerosas.



Tabagismo será coisa do passado. Os jovens ouvirão com incredulidade que já houve tempo em que uma boa parcela da humanidade era capaz de usar uma coisa que, além de extremamente prejudicial à saúde, deixava muito fétido todo o corpo do usuário.



O cânhamo, se existir, será utilizado somente para fabricação de roupa, e o narcotráfico será extinto pela falta de usuário das drogas.



O direito da Era Pós-Cristã será aperfeiçoado, valendo-se da alta tecnologia para descobrir com mais segurança a autoria dos delitos e conseguir julgamentos mais justos, mais confiáveis. A investigação criminal será mais perfeita, e os aprimorados meios de monitoramento por câmeras em todos os ambientes públicos tornará mais fácil o desvendamento dos crimes, reduzindo-os, por isso, diminuindo outrossim a impunidade e havendo menos injustiças jurisdicionais, uma vez que também será mais difícil ocultar as corrupções hoje tão abundantes.



Compreendendo os povos que seus deuses são imaginários e nada podem fazer por eles, haverá menos guerras e terrorismos. Eles passarão a ter um comportamento mais racional e respeitoso para com os outros humanos.



Não vejo muitos indícios de acabarem-se os políticos sem-vergonhas, que prometem corrigir tudo que há de errado, mas depois dão prosseguimento aos feitos daqueles a quem criticaram. Imagino, porém, que talvez o povo encontre um meio de pelo menos diminuir isso.



Provavelmente eu não viva o bastante para ver a dourada Era Pós-Cristã; mas acredito que estaremos caminhando gradativamente rumo a ela. Seu começo será lento, entretanto creio que não demorará muito. Nesses dias, Yavé e Alá não terão prioridade sobre os outros deuses e não serão mais causa de destruição humana. Não será um paraíso como aquele que os cristãos acreditam que será construído por seu deus, mas será um mundo bem melhor do que o atual.







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