Às vezes as coisas já estão difíceis e alguém ainda encontra um meio de complicá-las mais. Em se tratando da escolha do vice de José Serra, essa máxima é a melhor definição do que ocorre com a candidatura tucana. Não bastasse a novela para a definição do vice (e que novela, hein!), quando este é finalmente escolhido, após algumas recusas dos mais cotados, menos de uma semana depois o que era vice já não é mais, pois foi preterido por outro -- um político pouco conhecido, sem expressão nacional e ainda por cima nos fazendo lembrar do ex-presidente Collor de Melo, com aquele jeitão jovem e fama de anti-corrupto -- pior do que o escolhido anteriormente. Como um candidato a presidente pode ter a intenção de governar este país se nem mesmo consegue escolher seu vice? O eleitor não é bobo e vai ver nessas trapalhadas falta de organização, comando e rumo tão comuns àqueles condenados ao fracasso. É lamentável, pois do jeito que a coisa anda a Dilma vencerá fácil fácil, e até no primeiro turno se bobeiar, o que não é bom para o país, uma vez que os debates além de elevarem o nível da campanha ainda permitem ao eleitor conhecer melhor as propostas de cada um dos postulantes ao cargo de chefe da nação. Torcemos para que o favoritismo de um não impeça as discussões de temas relevantes ao país.