As revoltas populares no mundo árabe é sem sombra de dúvida consequência da insatisfação da população desses países com o aumento generalizado dos alimentos, provocados principalmente pela forte demanda em alguns países. O alto custo dos alimentos tornou ainda mais difícil a vida dessas pessoas, as quais convivem com o alto desemprego e a falta de liberdade e perspectiva, uma vez que se tem a impressão de que as coisas vão continuar sempre na mesma se nada for feito. Outro ponto a se considerar é: com o uso maciço de aparelhos celulares e a internet, tornou-se mais difícil para os regimes fechados controlar as informações. Pode-se controlar os meios de comunicação, mas não o que uma pessoa fala diretamente com outra ao telefone ou através de SMS. Desta feita, dispõe-se de meios que antes não se tinha para se comunicar. E foram justamente esses meios que possibilitam grandes mobilizações populares onde isso parecia impossível. Por outro lado e de forma relevante, até pouco tempo havia o interesse dos países ocidentais em manter tais regimes no poder, principalmente por causa do petróleo e alinhamento desses países com os EUA. E embora tais países ainda têm uma importância fundamental na produção mundial de petróleo, esta não tem o mesmo peso que há dez ou vinte anos atrás, graças aos biocombustíveis e às novas descobertas feitas no Brasil e outros países fora do Oriente Médio. Hoje, regimes como os do Egito e Síria e tantos outros naquela região tornaram-se um empecilho ao desenvolvimento econômico. Daí o interesse em fomentar essas revoltas, mesmo que da forma mais discreta possível