Os EUA podem ter de pagar um preço muito alto pelo seu apoio incondicional a Israel. É inegável que o estado judeu está cercado de inimigos por todos os lados e precisa de um aliado forte como os EUA para contrabalancear sua posição. No entanto, nos últimos anos, e principalmente nos últimos meses, houve grandes transformações no Oriente Médio com a Primavera Árabe. Alguns dos aliados árabes de Israel, como o Egito por exemplo, sentem-se tão incomodados com essa aliança que estão prestes a abandoná-la. De forma que Israel nunca esteve tão isolado quanto agora. E esse isolamento, gostem ou não os americanos, acaba refletindo na visão nada favorável que os povos árabes e muçulmanos têm dos EUA, levando alguns de seus aliados históricos no mundo árabe a sentirem-se pressionados a desfazê-la. Se não bastasse isso, muitos países ocidentais são simpáticos à causa palestina e veem esse apoio incondicional dos EUA aos israelenses com relação à causa palestina como completamente fora da realidade. A promessa dos Estados Unidos em barrar, por mais que ela tenha algum fundamento, as pretensões palestinas de criar um Estado está não só isolando os EUA como dando um recado ao mundo de que os americanos não estão nem aí para o que pensa a comunidade internacional. Dir-se-ia que, devido ao seu poder militar e econômico, os Estados unidos tem o direito de afrontar o resto do mundo como Deus no céu e eles na terra. E isso fica ainda mais claro com a decisão norte americana de congelar sua contribuição à Unesco por esta ter admitido, graças a decisão favorável da maioria de seus membros, a Palestina como estado pleno. Os EUA estão cada vez mais mostrando que não têm mais condições de exercer a liderança mundial como tem feito até agora.