O mar de lamas em que se afundou o senador Demóstenes Torres acabou por decretar o fim do seu próprio partido, o Democratas. Ele era quiçá a única pessoa capaz de dar sobrevida a um partido que, apesar de ter mudado de nome duas vezes, não conseguiu se livrar do fantasma de ter seu nome associado ao Regime Militar, aos escândalos de corrupção e à criação do PSD. Parte da extinta ARENA, o DEM mudou-se de nome para PFL nos anos 80 e chegou a ter a maior bancada no Congresso Nacional. Aos poucos porém, o então PFL começou a definhar e para estancar a sangria chegou a incorporar o PSD – outro partido de direita que definhava. No entanto, de nada adiantou, principalmente com a morte do Senador e cacique do partido Antônio Carlos Magalhães, e numa medida desesperada, o partido tornou a mudar de nome, agora para Democratas. O golpe que este sofreu com o que ficou conhecido como o “Mensalão do DEM do Distrito Federal” deixou-o paralítico e entrevado. E o DEM ainda suspirava graças ao próprio Demóstenes, ao ACM Neto e ao Marco Maia. Agora, com a perda de Demóstenes, o partido não sobreviverá às eleições municipais. Ou desaparecerá por completo, tornando-se um partido inexpressivo, ou terá de se incorporá a uma outra legenda; talvez ao PSDB ou até mesmo ao PMDB. A direita, a qual o partido se dizia representar, sofreu mais um revés. E se a coisa continuar assim, não haverá mais partidos de direita no Brasil. Se é para o bem ou não do povo brasileiro só o tempo dirá.