Cláudio Guerra, ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), revela em livro que militantes de esquerda foram incinerados em usina de álcool no Rio de Janeiro na década de 70 a mando do Regime Militar. Ele não só dá detalhes dessas barbaridades, como revela os nomes das vítimas, entre as quais estão David Capistrano, Ana Rosa Kucinsk, João Massena Mello. Segundo o ex-delegado, os motivos que levaram o Regime Militar a transformar os inimigos do regime em álcool foram:
“Em determinado momento da guerra contra os adversários do regime passamos a discutir o que fazer com os corpos dos eliminados na luta clandestina. Estávamos no final de 1973. Precisávamos ter um plano. Embora a imprensa estivesse sob censura, havia resistência interna e no exterior contra os atos clandestinos, a tortura e as mortes.”
Por fim ele acrescenta que após fazer o serviço, a Usina, cujo dono era o empresário ex-vice-governador do Rio de Janeiro Heli Ribeiro, "passou, em contrapartida, a receber benefícios dos militares pelos bons serviços prestados. Era um período de dificuldade econômica e os usineiros da região estavam pendurados em dívidas”.