Setores das forças armadas, principalmente militares da reserva, estão insatisfeitos e inquietíssimos com a instalação da Comissão da Verdade pela presidenta Dilma. É sabido que tais militares são aversos a nossa mandatária devido ao passado revolucionário dela, que a levou à prisão, onde foi torturada por membros do Governo Militar e do qual a maioria desses militares insatisfeitos fizeram parte. O motivo da ferrenha oposição a essa comissão, a qual foi instaurada para apurar a verdade sobre o período mais negro da história brasileira, é justamente o temor de que a verdade venha à tona. Que foram praticados os atos mais bárbaros e desumanos nas dependências dos órgãos criados pelo Regime Militar com a finalidade de combater os opositores não há dúvida. Os vasto relato dos sobreviventes quanto as torturas são de arrepiar. Dir-se-ia tratar-se de um filme de terror. Mas estes relatos entretanto são de sobreviventes, daqueles que, de uma forma ou outra, conseguiram sobrevier. O problema reside naqueles que não conseguiram resistir à tortura. Desses, alguns corpos foram entregues aos familiares, outros porém desapareceram numa queira de arquivo. E o que a Comissão da Verdade quer saber é justamente o que aconteceu com esses corpos, onde foram parar, em que circunstâncias essas pessoas foram assassinadas, de quais crimes eram acusadas e só. Não haverá prisões ou condenações dos culpados, pois a lei da Anistia não permite isso. Ainda sim a maioria da velha guarda das Forças Armadas se opõem redondamente a isso. Por quê? Porque têm muito a esconder.