Ao iniciar o segundo mandato como presidente dos EUA, Barack Obama fez história. Não tanto por ser o primeiro negro a ocupar o cargo mais importante do planeta pelo segundo mandato seguido, mas sim pelo discurso em favor da paz e da igualdade entre os homens, independentemente da cor, credo ou orientação sexual. E ao falar em espanhol mostrou sua preocupação com a questão dos imigrantes ilegais e disposto a mudar as leis para legalizá-los. Claro que seu discurso tinha um objetivo específico: agradar aqueles que de fato o elegeram – os hispânicos, os negros e todos aqueles que não suportam mais um país que vinha regredindo no tempo e exacerbando seu radicalismo cristão como forma de contrabalancear o radicalismo islâmico, o que não só não resolvia a questão como só fazia aumentar o antiamericanismo pelo mundo. Os EUA vinha aprofundando – e principalmente no governo Bush – a divisão social e caminhando para um abismo perigoso, cujo reflexo mais claro é a intransigência republicana que parece preferir o país num abismo a ceder na questão da reforma fiscal. Embora não tenha conseguido, Obama pelo menos deixou claro que fará de tudo para evitar o caus. No plano internacional, ao pregar o diálogo ao invés da guerra, estendeu, de certa forma, a mão aos inimigos. Se estes vão aceitar e preferir o diálogo à violência são outros quinhentos; mas que o mundo vai ver os EUA com mais simpatia e procurar o diálogo, ah isso vai. Talvez o problema mais difícil será a questão palestina. A comunidade internacional vem pressionando e os EUA terão de agir com muita firmeza para levar Israel a um acordo de paz. Até porque Israel vem radicalizando suas posições contra os palestinos e ampliando suas colônias na mesma proporção que os palestinos vem ganhando apoio. Os israelenses – exceção talvez de uma minoria – não querem a criação de um estado Palestino e farão de tudo para impedir. Só os EUA podem levar o governo israelense a ceder. Embora sejam parceiros e sempre estiveram unidos, Israel pode se tornar a maior dor de cabeça dos EUA nesse segundo mandato de Obama. E se conseguir fazer uma reforma a fim de acabar com o déficit fiscal e levar israelenses e palestinos à um acordo de paz, o negro e de origem muçulmana pode ser tornar um dos 3 maiores presidentes dos EUA.