Fui ao Rio Grande do Sul
Agora, recentemente
E vi que aquele povo
Luta muito bravamente
Pra superar a tragédia
Daquela grande enchente
Pouco se fala no assunto
Ninguém reclama de nada
Mas a marca da tragédia
Continua ali engasgada
Porto Alegre está limpa
Parece recuperada
Na margem do Rio Guaíba
Está muito arrumada
Com espaço de recreação
Bares bem ornamentados
Tem bastantes restaurantes
Com um passeio bem cuidado
Jardins e campos de futebol
Com uma grande extensão
Praça a céu aberto
Pra se tomar chimarrão
E ser bem aproveitada
No inverno e no verão
Passei cebo na Canela
Com tempo pouco nublado
Parei em Nova Petrópolis
Fiquei muito Encantado
Mas continuei meu caminho
Fui em busca de Gramado
Naquela bela cidade
Trânsito não tem sinal
Com as suas ruas muito limpas
Tudo dentro do normal
Não há dejetos nas praças
Muito menos de animal
Por lá não se vê pedintes
Nas ruas não tem morador
Sem camelôs nas calçadas
Ou outro qualquer vendedor
Sem ter lixo ao ar livre
A exalar seu fedor
Para chegar em Gramado
Não usei Canoa de Esteio
Foi só seguir a estrada
E ter cuidado no freio
Um acidente na serra
É perigoso e feio
Ter cuidado com Anta Gorda
Em cima de Arvorezinha
Que se vê em Alegrete
Perto de uma Igrejinha
Mas devido à Chuvisca
Tudo foi impressão minha
Porém vi belo Cristal
Bonita Joia, verdadeira
Numa fábrica de vidros
Copos pra chá de Cidreira,
Espumoso, Água Santa,
Outra qualquer bebedeira,
Água do Arroio dos Ratos
Até mesmo do Riozinho
Lá não se pode pescar
Muçum ou um Carazinho
O Progresso chegou por lá
Não se usa mais Machadinho
As praças ornamentadas
Com perfume de Alecrim
Não-me-Toque, diz as placas
Isso não é bom pra mim
E para o meio ambiente
Também é muito ruim
Não deu para ir a Caxias
Mas comi umas Charqueadas
Ao passar em Sítio Bom
Vi muitas vacas mojadas
Em uma bela Vacaria
Com as Torres levantadas
Depois de longa caminhada
Fui comer um Butiá
Voltei a Porto Alegre
De lá vim para o Ceará
Voltei bastante Feliz
Com saudade do lugar
FORTALEZA, JANEIRO/2025
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
As palavras escritas com letra maiúscula no meio dos versos sem uma justificativa plausível, são nomes de cidades gaúchas com Encantado, Esteio, Canoas, Carazinho, Anta Gorda...
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