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Cordel-->TRISTEZA de um SEM-TERRA -- 19/12/2002 - 18:40 (LUMONÊ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRISTEZA de um SEM-TERRA

Ele veio do pé da serra
De uma belezura de lugar
Onde a hora sabe cantar
E o leite quentinho berra
Onde pão brota da terra
Às custas de muitos calos
E com o cantar dos galos
Os dias nascem ansiosos
E esperam preguiçosos
O sol para esquenta-los.

E só trouxe do paraíso
Uma pele de sol morena
Um saber de gente serena
Um largo e falho sorriso
Um falar muito conciso
A imagem de São José
Dois filhos e uma "muié"
Uma viola quase afinada
Três cabos e uma enxada
Pouco dinheiro e muita fé.

Veio expulso por gente má
Não foi por querer de Deus
Tampouco por querer seu
E se o tempo um dia voltar
Quer de novo o seu lugar
Onde gente se cumprimenta
E à noite, a lua comenta
Das coisas que são do céu
Dando rimas para o cordel
Que o caipira experimenta.

Mas na porteira por ele feita
Sob a sombra do pé de ipê
Hoje revoltado a gente lê
Aquela frase que o rejeita
Num aviso que desrespeita
Os muitos anos ali vividos
Dizendo que é PROIBIDO
Entrar sem ter permissão
Com se ele fosse um ladrão
Que precisasse ser detido.

Já nem gosto tem o caipira
De visitar os seus parentes
Pois tudo está tão diferente
E sequer dançam o catira
Pois a TV aos poucos tira
Qualquer tempo pra prosear
E as conversas sobre o luar
Hoje é coisa só de velhinhos
Que morrem aos pouquinhos
Junto com a poesia do lugar.

Mas se da terra fosse dono
Como de fato é seu direito
A dor que rasga-lhe o peito
Nas longas noites sem sono
Só de misérias e abandono
Não seria sequer sentida
Pois nunca haveria partida
Daquele seu pedaço de céu
Onde à noite fazia cordel
Para os dias repletos de vida.


® LUMONÊ


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