Ainda me lembro daquele tempo
Em que nossa querida Usina
Era como aquela mesa de bar
Onde qualquer um podia chegar
E sem pedir licença se assentar
E então discutir sobre literatura.
O bar continua naquela esquina
A mesa ainda é nossa Usina
Mas a literatura já não é literatura.
Algumas mentes pequeninas
Para ocultar sua mediocridade
Sentam-se à mesa da cultura.
Mas mediocridade não pode
Ocultada assim tão facilmente
E em pouco tempo a gente
Percebe o que sabem fazer:
De literatura nada infelizmente
De pornografia as mais indecentes.
Penso onde isso vai chegar
E no que as nossas crianças
Sentem com tanta indecência,
Com tanta falta de respeito
Ao que muita gente tem feito
Para melhorar a cultura do país.
Mas a vida tem dessas coisas
E em toda caixa de maçã
Há sempre algumas podres.
Assim também é o bar da Usina
Que no meio de mentes sãs
Há também mentes podres.
Não podemos nos contaminar
E ser levados por essa sujeira.
Que realmente se saiba separar
As maças podres das boas
Para que nossa querida Usina
Não se torne uma revista masculina.