Cascatinha e Inhana entravam nos ouvidos e não caíam
no olvido. Do vinil de 45 rotações para os
altos-falantes das barraquinhas de parques de
diversões, suas vozes penetravam os corações.
Inundavam, e num dava outra. Aquela roceira dupla,
muito antes de nascer o nosso roqueiro Supla, era das
mais requisitadas.
E simbolizavam a união harmoniosa, além das vozes.
Tivesse minha Velha Serrana um pouco mais de sorte, ou
grana, eles teriam por lá passado, ao vivo, pra dar o
seu recado, ao crivo. E pode até que tenham lá ido, e
eu, de bobo, ou ausente, nada sabido. Afinal, os
espetáculos circenses, uma atração que chegava a
superar o cinema nos anos 50, eram frequentes e muito
viviam dessas vozes calientes. Se Delmário por lá
passou, e bisou, nada impede que o casal Cascatinha e
Inhana lá tivesse ido experimentar nossa noite de
luar. Ou de breu, penso eu.
E nessa ordem de grandezas, quem sabe se um Vicente
Celestino, por aquelas bandas não andou e por lá sua
Gilda uma noite também cantou?
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