Algumas pessoas escrevem para desabar (como numa terapia), para dizer aquilo que não tem coragem de dizer a outra ou por não ter a quem dizê-lo; outras fazem das letras uma profissão, uma forma prazerosa de ganhar o seu sustento – afinal nesse mundo moderno quem não “trabalha” não tem como viver dignamente –; outros ainda escrevem não só pelo simples prazer de escrever mas com a esperança de que suas palavras possam mudar o mundo, embora poucos consigam, pois muitos não se preocupam tanto assim com isso. Eu, se tivesse que definir em qual dessas categorias me encaixaria, não saberia em qual. Quanto à primeira, tenho de confessar que amiúde escrevo uma coisinha ou outra como forma de desabafo, mas também almejo (aliás, como a maioria daqueles que gostam de escrever) fazer da literatura uma profissão, e por que não contribuir para um mundo melhor. Sou o tipo de pessoa que, de quando em quando, sinto-me quase um prisioneiro em minha própria época, preso à verdades impossíveis de conciliar; e a literatura me parece uma forma não só de desmascarar essas verdades como também mostrar que, sem elas, o homem pode viver melhor.
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