A MULHER SUSPEITA
Duas ou três vezes por semana a mulher cruzava a fronteia guiando um gol azul metálico. O guarda da fronteia a parava e verificava os documentos. Tudo Ok. Então dava uma olhada no carro e nada encontrava.
-- Seu guarda, não faz muito barulho para não acordar meu filhinho -- pedia a mulher, enquanto o carro era revistado.
Durante muito tempo o policial ficou intrigado com aquela mulher. Mas toda vez ele verificava os documentos e o carro e nada encontrava. E ele ficava cada vez mais intrigado. No seu íntimo, algo dizia que aquela mulher cometia alguma contravenção.
Mas ele continava insistindo.
Às vezes, a mulher pedia para que ele não fizesse barulho, para não acordar o bebê que dormia tranquilamente no banco de trás. Outras vezes, a criança estava acordada, e ela a pegava no colo enquanto o carro era revistado. Mas, no fim das contas, nada era encontrado.
Certo dia, o policial não suportou mais. Chegou para a mulher e disse:
-- Eu não vou prender a senhora. Mas a senhora poderia me dizer o que a senhora está contrabandeando?
-- O senhor não vai me prender mesmo?
-- Juro pela alma de minha mãe.
-- Tudo bem. Eu trafico bebês -- confessou ela.
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