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Infantil-->História das lendas. -- 14/09/2002 - 00:38 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Creta















"Velhas lendas nos mostram estupendos heróis, enaltecem louváveis e grandes feitos.Ouve-se dizer somente maravilhas de corajosas e longas lutas,


permeadas por gritos de alegria e clamores."





De: A pobre terra dos anões (Primeira Aventura, em torno de 1200)



Desde o século 15 a palavra "Märchen" é uma forma diminutiva do substantivo, hoje obsoleto, "Mär" ou "Märe". Até no Século 19, "Märchen" significava "mensagem", “novidades”, “pequena história”, mas era comum também ser usada no sentido de "rumor". A palavra é derivada, provavelmente, do verbo "mæren" do Médio Alto Alemão, como também do verbo "maren" do Antigo Alto Alemão (=anunciar, glorificar). Já em uso germânico encontra-se o adjetivo "mar" que significava "grande", "importante", "famoso". Porém, a origem das lendas atuais remonta muito tempo atrás, principalmente do Oriente. De lá, muito tempo antes das Cruzadas, chegou às terras do Ocidente. Na Antigüidade (por exemplo, com HOMERO e PLATÃO) e também na Idade Media (por exemplo, na crônica imperial), a lenda ainda não representa nenhum tipo independente, mas é componente de outros poemas épicos. Também, as sagas heróicas germânicas já faziam partes dos fantásticos contos de fadas originais, nas regiões de influência do idioma alemão.
Da herança céltica fluem as lendas para a Inglaterra, Escócia e Irlanda. Muito ricamente, as lendas foram desenvolvidas por todos os eslavos. As primeiras coleções alemãs de contos de fadas vêm de BRENTANO (1805) e, especialmente, dos irmãos GRIMM (1812-1815). Desde então, há muitas coleções de contos de fadas e ilustrações, particularmente nos Alpes. Enquanto aqui tradições alemãs, romanas e eslavas se misturam, o conto de fadas escandinavo é o mais usado pelos alemães. Já J. GRIMM recorre a contextos de poemas heróicos germânicos para fábulas animais e para os contos de fadas românticos. Desde HERDER desenvolve-se uma singular literatura teórica dos contos de fadas. Desde então, conduziram-se numerosos exames comparativos dos contos de fadas de todos os países e continentes, comprovando seus percursos e submetendo-os a diversas interpretações antropológicas e mitológicas. Graças a uma exata definição da ciência literária, entende-se por lenda popular, uma breve folclórica e divertida prosa-história de ocorrências fantástico-milagrosas sem determinação de tempo e lugar. Com isto, o personagem principal do conto de fadas sempre é tão bem caracterizado que estimula a identificação deste.
Típicas são

*a intervenção de forças milagrosas na vida cotidiana
* a adoção de formas e falas humanas para animais irracionais
* aceitação de animais e plantas enfeitiçadores dos homens
* As bruxas, feiticeiros, fadas, anões, gigantes, dragões e outros
* Castigo aos maldosos - Recompensa aos bondosos (Final Feliz)
<* forma simples – narrativa unidimensional

O conto de fadas popular emergiu da narrativa das pessoas e o contexto não se perdeu com a maneira de narrar das pessoas. Por isso ele é também objeto de folclore. O mundo inteiro apegou-se à maneira de narrá-lo: tudo dele está em seu lugar. O conto de fadas é uma maneira simples e ingênua de narrar um conto que faz concluir por si mesmo um melhoramento do mundo. Junto ao puro conto de fadas popular desenvolveu-se o conto de fadas artístico. O conto de fadas artístico voltou a tratar os motivos do mesmo modo da Idade Média, nos poemas corteses, poemas sobre animais e livros populares. É notória a criação artística de um poeta que prazerosamente adota a técnica da narrativa e os motivos do conto de fadas popular, porém sua obra é formada com total intenção poética. No rococó francês, o conto de fadas artístico começa a ficar independente como tipo de arte engraçada, irônica, satírica, e a contribuir em verso ou prosa para o entretenimento perspicaz da sociedade esclarecida.
Os primeiros contos de fadas de TIECK ainda são satíricos. No auge do Romantismo acontece a mudança do conto de fadas como "poetização consciente do mundo", desarranjando a realidade, a experiência e a causalidade como também com a separação de tempo e espaço: GOETHE, FOUQUÉ, CHAMISSO, depois também HAUFF. Porém, entram também nestas formas (essencialmente sempre ainda populares) elementos filosóficos (NOVALIS) e demoníacos (E.T.A. HOFFMANN), contaminando a forma do conto de fadas, por conseguinte, através de simbolismos e problemas subjetivos. No Realismo, também MÖRIKE, RAIMUND, KELLER, STORM, O. LUDWIG e MARIE von EBNER-ESCHENBACH ficam evidentes então como poetas de contos de fadas.
Como modelo para composição de poemas modernos de contos de fadas, surge o poeta dinamarquês Hans Christian ANDERSEN (1847 e 1876) com sua típica ligação com o Realismo, sereno e plácido humor. Durante o século 19, numerosos contos de fadas da literatura mundial (por exemplo, também japonês) ainda são traduzidos para o alemão. Não só pelo conto de fada em livro convencional, mas também pelas mídias modernas, jogo de fitas cassetes, rádio, televisão, filmagens e softwares que lêem os textos, com vozes masculinas ou femininas (por exemplo, o seguinte), alternativamente, em que se encontra uma ampla variedade de contos de fadas de um modo nunca tão disseminada. As crianças precisam de contos de fadas e amam dedicar tempo a eles. Assim, por um lado, o significado do conto de fadas resulta num tipo de função para o desenvolvimento da personalidade da criança, e por outro lado, fazendo seu papel de no processo da socialização literária. Acredita-se também que, com o desenvolvimento da Psicologia, o valor do conto de fadas para o desenvolvimento pueril continuou na transição para o presente milênio.

Fonte: www.udoklinger.de








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