A CHUVA NO SERTÃO DO NORDESTE
Renato Ferraz
Oh chuva bendita, que cai do céu
e vem dar água à terra sedenta:
pinga e molha, pinga e molha.
Escorre pelo chão seco e sai
a procura de um caminho.
É a noiva esperada pelos convidados.
Todos os olhares são para ela, no altar.
Alguns a aguardam cantando,
outros torcendo ou rezando.
Quem já arou e preparou a terra
estava só esperando os sinais
da natureza para agir.
Quando chega a hora de plantar,
se chover em excesso, tudo poderá morrer.
Se a chuva não for suficiente, nada nascerá.
O ideal é que seja o mais próximo
possível do volume que precisamos.
Para poder semear e depois colher,
a quantidade certa no devido tempo
é motivo de agradecimento e alegria.
Alegramo-nos quando vem
do jeito que a gente precisa.
A quantidade ideal na hora certa.
Apesar de que a natureza está chateada
com o descontrole ambiental
e tem dado duros recados,
reagido bravamente,
de forma não esperada
Portanto ela está sofrendo
e já não suporta mais.
|