EU CRIAVA PASSARINHO QUANDO ERA CRIANÇA.
Renato Ferraz
Eu lembro que já criei passarinho
Quando era criança, até à adolescência.
Não havia restrição nem legislação.
Nas cidades pequenas, era comum
ter nas casas, gaiola ou viveiro,
onde eram criados os pássaros
Eu não tinha consciência do mal que era
capturar e manter aqueles pequenos seres
que assim como nós, lhes foi dada liberdade
para voarem e cantarem onde quisessem.
A liberdade está para os animais
como a democracia está para os homens.
Hoje criar pássaros em cativeiro é crime.
Existem leis que regulamentam e os protege
e quem quer criar tem que procurar
o órgão governamental para se cadastrar.
Eu ficava vislumbrado, achava muito bonito
assisti-los cantarem ali na gaiola pendurada,
dentro de casa.
Na cidade pequena, onde eu morava
era comum o hábito e a cena em todo lugar.
Todo mundo tinha pelo menos uma gaiola
pendurada em algum lugar na casa.
Era um número pequeno, eu acho que
nunca tive mais que 5 gaiolas.
Lembro do nome de alguns: o Caboclinho,
O Bigode, o Papa Capim, o Canário, o Pintassilgo,
o Sabiá, o Canário, o Cardeal, etc.
O canto que eu gostava mais era do caboclinho.
Eu dizia que era penoso o canto do caboclinho.
Depois eu gostava muito do Canário
que era lindo o cantava muito.
Ele e o Pintassilgo tinham o canto estridente.
Eu achava de manhã, quando acordava,
os pássaros cantando, muito bonito.
Para se adquirir a gente ou comprava, ou trocava,
ou capturava
|