PONTA NEGRA: CONFIDÊNCIAS
Renato Ferraz
Entardecia.
Logo o pôr-do-sol aconteceria.
O mar fazia pequenas ondas e estava calmo.
Eu sentia a suave brisa que vinha de lá
O céu estava completamente limpo,
apenas uma ou outra nuvem, às vezes aparecia
As poucas ondas que se formavam, dançavam lentamente.
Entre idas e voltas, transpiravam uma espuma aromática,
que se expandia pela praia.
Pareciam balbuciar algum som que talvez somente a natureza pudesse compreender.
Mas dava para arriscar a traduzir que era sobre algum sentimento nobre,
como o amor, a felicidade e a paz.
Eu caminhava pela praia sentindo a frieza da areia molhada e,
em meu limiar contemplativo, tudo parecia um sonho.
Era meu primeiro passeio, após ter me mudado de Natal para Maceió,
e aquele reencontro me fazia muito bem!
Passavam lembranças em minha mente de vários momentos que vivi ali
e que marcaram a minha vida no bairro de Ponta Negra,
mais precisamente na praia de Ponta Negra,
aonde eu ia todos os dias vê-la, passear ou fazer caminhada.
Paixões, passeios, vida noturna, novas amizades,
a vida e o amor; tudo fazia parte de um filme com muitas emoções.
As lembranças, o momento contemplativo, e vendo aquelas ondas
que pareciam me reconhecer; eu os recebia com carinho,
como uma forma de saudação pelo minha volta, após quase um ano distante,
o Morro do Careca, as águas azuis da querida Ponta Negra brilhavam
como os olhos de uma criança com o seu brinquedo.
Lembram o azul esverdeado da cor dos olhos de alguém que eu admiro.
Vi também, na orla, algumas modificações, algumas construções novas,
e outras pequenas mudanças; desde a última vez que estive ali.
Reencontrei alguns amigos. vi alguns conhecidos, foi nostálgico
e mais uma vez marcante, aquele passeio pela orla e a caminhada pela areia da praia.
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