Aquela lembrancinha do meu desejo atravessou o mundo.
Foi feita por uma criança semi-escravizada, lá no oriente.
O megacargueiro rasgou o oceano para trazê-la pra mim.
Um pequeno brinquedo de plástico tóxico.
Chegou na porta de casa trazida por um motoboy ultraexplorado,
que trabalha numa escala 7 por zero
e vive no limite da miséria como micro empreendedor individual.
É assim que sacio meu desejo de ter e ser inconsciente.
E o que diz a minha consciência?
Foda-se.
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