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Poesias-->A POETA E SUA GATINHA -- 01/09/2025 - 12:40 (Renato Souza Ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A POETA E SUA GATINHA
Renato Ferraz

A Poeta tinha o hábito de escrever seus poemas,
lendo-os em voz alta. Também gostava de ouvir

música bem baixinho enquanto escrevia.

Ensaiar a leitura diante do espelho, gesticulando;

era outra prática comum, durante o processo.

Sua gatinha estava sempre presente, ali ao seu redor,

fazendo-lhe companhia. A impressão que se tinha

era a de que ela ouvia, entendia e acompanhava

tudo atentamente.

Seu olhar fixo e a forma como se comportava,

Comprovava a sua participação.
Às vezes ela se aproximava, miava diferente,

ficava passando o rabinho nas pernas da poeta,

como se a alisasse carinhosamente.

Em alguns momentos de maior emoção,

a poeta se dirigia à companheira,

fazia de conta que ela era uma pessoa

e recitava o poema, olho no olho.

A gatinha gostava e retribuía-lhe o carinho

miando e alisando seus pés.

E o mais importante é que além de prestar atenção,
respondia às suas incitações.
Certa vez a poeta resolveu provocar-lhe e confirmou.

Começou a ler o poema e fiou atenta às reações

da sua gatinha:

SAUDADE 

 

No meio da noite,

num açoite,

chega sem avisar

e acaba de falar

que não tem hora

para ir embora.

Pousou de mansinho

como pássaro no ninho.

Mas, por que é assim?

Oh, saudade, tem pena de mim!

Quando concluiu a leitura falou o seguinte:
"---Ó querida amiga, quanta alegria você me dá,

ao participar desses momentos felizes! É importante  

saber que você gosta da minha poesia!

Sou grata por tê-lo em minha vida”.
A gatinha retribuiu-lhe o carinho.

Olhou para a poeta, miou, piscou

e deixou cair uma lágrima, no cantinho do olho.

Em seguida resmungou algo, miou diferente do habitual.
A poeta traduziu a sua resposta como um agradecimento:
" É, a poesia realmente dá outro sentido à vida,

principalmente a minha".
A Poeta Já havia se acostumado com a reação de quem ela resolvia contar.

Ninguém acreditava. Sempre que falava, desdenhavam dela.

Antes, ela se aborrecia, agora não liga mais.

Porém o que mudou é que as pessoas passaram a acreditar,

se emocionam com o que a poesia é capaz de fazer,

e com a sensibilidade de um animal querido.

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