Usina de Letras
Usina de Letras
116 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62727 )

Cartas ( 21341)

Contos (13287)

Cordel (10462)

Cronicas (22560)

Discursos (3245)

Ensaios - (10528)

Erótico (13585)

Frases (51112)

Humor (20109)

Infantil (5536)

Infanto Juvenil (4859)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1379)

Poesias (141049)

Redação (3337)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2439)

Textos Jurídicos (1964)

Textos Religiosos/Sermões (6290)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 32 -- 06/12/2007 - 00:15 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADEUS À INOCÊNCIA - CAP. 32


CLIQUE [AQUI] PARA LER O CAPÍTULO ANTERIOR


32


A noite caiu rápido. E antes que ficasse escuro de vez, Marcela e Luciana foram recolher mais alguns galhos para manter a fogueira acesa. Eu fiquei na cabana em companhia de Ana Paula, com a desculpa de que alguém precisava tomar conta do fogo para que este não apagasse.
-- O que aconteceu lá em cima? -- quis saber minha prima.
-- Por quê? -- perguntei surpreso.
-- Você chegou meio estranho.
-- Estranho como?
Apanhei um graveto e comecei a mexer no fogo tentando ocultar o embaraço que aquela pergunta me causava. “Será que estou assim tão diferente?”, cheguei a perguntar-me. Ana Paula por sua vez mantinha-se próxima, quase a meu lado, sentada sobre a areia com as pernas cruzadas.
-- Aquela vadia não para de olhar para você. E você não olhou para ela uma única vez. Parece que está com medo de olhar para ela – observou. Eu poderia imaginar que Luciana não tirava os olhos de mim. No entanto, Ana Paula estava certa. Estava envergonhado demais para poder encará-la. Embora Luciana tenha encarado tudo com naturalidade, para mim não era tão simples assim. Era como se eu tivesse acabado de cometer um crime. -- O que ela te fez?
-- Nada.
-- Vocês não andaram...
-- Andaram o quê? – atalhei.
-- Nada. Deixa pra lá – disse ela, levantando-se e caminhando em direção à praia. -- Vou tomar um banho. Estou toda suja de areia.
Senti um certo alívio quando ela me deixou as sós. Imediatamente pensei: “Se ela desconfiou da gente então a Marcela também deve ter percebido. Ela sabe o que a gente fez. Ah, meu deus! E agora? E se a Luciana comenta alguma coisa com ela? Ela nunca mais vai querer saber de mim. Vai me odiar. Também por que fui deixar a Luciana fazer aquilo? Não tinha que ter dados ouvidos para ela. Ela conseguiu o queria. Só falta agora não me deixar mais em paz. Vi como ela gostou...”.
Momentos depois as duas retornaram. Cada uma trazia um feixe de galhos secos. Conversavam alegremente e nada me levava a crer que Luciana contara sobre nós. E quando Marcela me depositou seu olhar, este parecia natural, tranquilo, igual ao último que me dera cerca de meia hora antes.
-- Cadê a Ana Paula? -- perguntou, com um ar de indiferença.
-- Disse que ia se lavar.
Luciana jogou a lenha ao chão, próximo à fogueira que ardia branda, meio que querendo apagar por falta do que queimar; Marcela pegou seu feixo de gravetos e os atirou no mesmo lugar, amontoando-os.
-- Vou ver se acho ela – disse em seguida. E saiu.
As sós com Luciana, só então tive coragem de olhar nos seus olhos. Ela me encarou com um sorriso extrovertido, beirando uma gargalhada e indagou:
-- O que foi? Ainda está envergonhado?
Desconsertado, respondi:
-- Não. Não estou. Só fiquei com medo de você contar para a Marcela.
-- Por quê? Ela não pode saber? -- volveu ela, aproximando-se de mim.
Dei dois passos para trás até encontrar uma das quatros colunas de sustentação da cabana. Luciana achegou-se e por cima da roupa, pegando em minha genitalha, sussurrou-me ao pé do ouvido:
-- Agora isso aqui é só meu. Se eu souber que você andou se deitando com uma das duas você vai ver o que vou fazer com elas.
Era a primeira vez que a via fazer ameaças. E pelo tom de voz, pela pressão de seus dedos, suas ameaças pareciam sérias. E isso me deixou assustado; mais assustado do que ficara ao ouvir aquele som vindo da floresta dois dias atrás.
Ciúmes? Estaria Luciana com ciúmes das outras duas? Ou apenas queria manter o controle sobre mim? Pois ela sabia que eu estava em suas mãos. E sem saber como reagir, com sair daquela situação embaraçosa, apenas assenti:
-- Tá bom.
Houve um breve silêncio.
Nisso, Luciana se afastou e foi até a porta ver se Ana Paula e Marcela retornavam. Contudo, ouvia-se as vozes delas ao longe. Provavelmente ainda estavam se banhando. Não era possível vê-las àquela distância pois anoitecera. Uma nuvem escura cobria a lua deixando ainda menor o nosso ângulo de visão.
Em seguida, voltou a se aproximar de mim, abraçou-me e beijou-se, como se eu fosse seu namorado. Tentei esquivar, mas ela me abraçava com força, como se quisesse deixar bem claro que poderia fazer comigo o que bem quisesse.
-- Você agora só sai por aí comigo – disse depois de me lagar.
Eu não disse palavra. Apenas me afastei e agachei próximo à fogueira para colocar um pouco mais de lenha para manter o fogo aceso. Nisso, ouvi a risada próxima de Ana Paula. No mínimo estavam falando algo engraçado.



LEIA TAMBÉM:
NÃO DEIXE DE SER CRIANÇA – Será publicado num livro didático pela Editora do Brasil de São Paulo.
SER ADOLESCENTE É(1)... - Foi usado num video produzido pela ONG Instituto Mamulengo Social de São José dos Campos - SP que trabalha com adolescentes.
É POR ISSO QUE TE AMO – Parte de texto foi usada numa campanha publicitária em Belo Horizonte.
O DIÁRIO DE ANA CARLA – Como o próprio título diz, é a versão da personagem Ana Carla da história A MENINA DO ÔNIBUS. Recebi um convite da Editora Soler de Belo Horizonte para publicá-lo em livro. A obra completa já está quase pronta. Aliás, estes dois textos me renderam até agora mais de 100 emails elogiosos.
APRENDA COM TEUS ERROS – Usado pela professora Isabela no colégio IPEI em João Pessoa -PB
ELA É MINHA VIDA – Gravada por "POLEIRO" em Portugal.
NÃO DEIXEM MORRER AS FLORES – Selecionado e Lido no prgrama "AGITO GERAL" da RÁDIO GLOBO pelo comunicador DAVID RANGEL
EU NÃO NASCI COM ASAS – Selecionado e Lido no prgrama "AGITO GERAL" da RÁDIO GLOBO pelo comunicador DAVID RANGEL
Comentarios
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui