Não morra!
Não vai conseguir
Sair dos corações
Dos que tanto amou
E evangelizou.
Por tudo que fez
Em nome da Paz
Em nome do Amor
DEUS o enviou
DEUS O eternizou.
Fim.
Transcrito do JORNAL O GLOBO EM 03/04/05.
VATICANO:
Numa mensagem inesperada, palavras do Papa João
Paulo II ecoaram através da Praça de São Pedro
na manhã deste domingo, um dia após sua morte.
Alcançaram em cheio uma multidão estimada em
100 mil pessoas, reunida para a missa do Dia
da Divina Misericórdia, transformada numa
comovente homenagem dos fiéis ao Papa polonês,
um réquiem ao homem que, à morte, agarrava-se
à narrativa da ressurreição de Jesus Cristo.
"A Toda a Humanidade, que hoje parece tão perdida
e dominada pelo poder do mal, egoísmo e medo:
Nosso Senhor ressuscitado nos dá seu amor que
perdoa, reconcilia e reabre a alma à esperança",
encorajou o texto.
"A gloriosa Aleluia da Páscoa ressoa.
Hoje, a leitura do Evangelho de São João
mostra como Cristo ressuscitado apareceu aos
apóstolos e lhes mostrou suas mãos e seus pés,
os sinais de sua dolorosa Paixão marcados
indelevelmente em seu corpo,
inclusive depois da ressurreição."
Alguns começaram a chorar, muitos levaram a mão
à boca, em tristeza, emoção e surpresa, ao ouvir
a mensagem, preparada para a missa regular de
domingo.
O texto foi lido pelo arcebispo argentino
Leonardo Sandri.
No momento em que o Vaticano anunciou a morte de
João Paulo II, cerca de 40 mil pessoas estavam na
Praça de São Pedro.
Enquanto a notícia se espalhava, a multidão
crescia.
As orações, cânticos e a missa subseqüentes acabaram congregando 100 mil pessoas, numa comovente celebração da memória de João Paulo II, encerrada com um longo aplauso.
Centenas de fiéis acamparam na Praça de São Pedro
ao longo da madrugada.
Nas primeiras horas da manhã, a multidão voltou
a crescer, até os 100 mil, que, durante a missa,
ouviram o cardeal Angelo Sodano tentando
consolá-los.
- Eu o vi. Ele morreu com a serenidade dos santos
- disse o cardeal, secretário de Estado do
Vaticano no pontificado de João Paulo II.
Pela praça, muitos choravam, muitos se abraçavam.
Cartazes com fotos de João Paulo II misturavam-se
imagens da Virgem Maria e bandeiras polonesas.
No texto da homilia, distribuído pelo Vaticano e
considerado um documento oficial, Sodano
refere se a João Paulo II como aquele que será
conhecido como "João Paulo, o Grande" -
um tratamento reservado até hoje apenas a dois
Papas e que não se outorga desde 604.
Os outros conhecidos como "Grandes" são o
Papa Leão I (440-461), que protegeu Roma do ataque
de Átila e os hunos, e do Papa Gregório I
(590-604), que enfrentou os lombardos e abriu os
armazéns do Vaticano aos doentes e famintos
de Roma.
Ao Papa João Paulo II se atribuiu ativa
colaboração na queda do comunismo na Europa e a
pregação insistente contra as ditaduras e as
guerras.
Em questões como contracepção, abordo, casamento
de clérigos e ordenação de mulheres, ele manteve
posições conservadoras e altamente polêmicas
dentro e fora da Igreja.
Transcrito fielmente da Edição de 03/04/05 do Jornal O Globo.
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