Uns versos bem concebidos
sobre coisas do Chicão,
da barra do Pardo, perdidos,
só me deixaram na mão.
Falavam d´eu insinar,
no "Tio Jaime" imbarcado,
meus fis a saber pescar
na barra do rio Pardo.
D´água verd´até me lembro;
não deixo de lá passar,
vou lá sempre em setembro
pra num desacostumar.
Pena tais versos perder,
porque iriam lembrar
o que temos de fazer
pra um bom peixe pescar.
A época é aquela,
e a lua é a cheia;
olha ela da janela,
dói na gente té na veia.
Mês passado foram lá
meus fis, também, um subrinho,
só pra me presentear
com pacu e doradinho.
Fingiram a pescaria:
isca artificiar;
no barco, a alegria
ficou só no imbornar.
Cinco dias se xingando,
com o xis do dicionário;
pesar disso, peixe dando,
caindo em mão d´otário.