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Poesias-->Canção do Desalento -- 18/11/2002 - 13:43 (JANE DE PAULA CARVALHO SANTOS)
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E então é isso? Esses descaminhos, essa balbúrdia?
Então é assim? Sem recomeço, sem estrada?
Eu zelei tanto, tratei tanto
Escalonei-me em segundo plano, permiti a violação.
Agora é soçobrar?
Dos tempos idos, das alvoradas
Dos inícios, dos projetos
Agora só cabe a mim o ocaso?
A solidão?
E o que eu faço com essa carga de carinho acumulado
Esse fardo de afagos intactos?
Transmuto em mágoa e decepção
Em medo e desamor
Em angústia?
Não sei sentir o mal que me assola
Não aprendi a ser infeliz,
Esses trapos que sobraram
É que sabem o que será de mim...
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