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No outro dia, perdi a metade dele confeccionando o arco e fecha. Depois de tudo pronto chegou a hora de testá-lo. As primeiras tentativas foram desastrosas, mais desastrosas do que nas primeiras vezes em que usei a lança para pescar. Vi logo que usar um arco e flecha não era uma tarefa tão simples e não seria em meia hora que aprenderia. E mesmo depois de várias tentativas de acertar uma palmeira a poucos metros ainda não a acertara uma única vez. Esse fracasso aliás levou a um momento de descontração, já que assistindo as minhas tentativas as meninas incentivavam-me e quando eu quase acertava o alvo recebia aplausos pelo feito. Talvez porque, no fundo, todos nós sabíamos que a nossa sobrevivência dependia da caça, uma vez que os frutos haviam praticamente acabado e não poderíamos viver tão somente de peixes.
Normalmente eu não precisava correr atrás das flechas. As meninas se encarregava de buscá-la para mim, num revesamento quase automático embora Luciana só se mexia quando Marcela ou Ana Paula lembrava-a de que era sua vez.
A falta de pontaria logo desmotivou Luciana, a qual foi a primeira a nos abandonar dizendo:
-- Você é um inútil mesmo! Se não consegue acertar uma árvore parada, um desses bichos voando é que não vai acertar mesmo. Se a gente depender de você para comer, vamos morrer de fome.
Ana Paula não deixou escapar a oportunidade de alfinetar:
-- Então porque ocê num pega e mostra que é capaz de fazê melhor?
-- Isso não é obrigação minha. É dele. O homem aqui é ele – retrucou, afastando-se em direção à cabana.
-- Num suporto essa garota. Se pudesse quebrava ela todinha – deixou escapar minha prima, falando em tom baixo para que Luciana não ouvisse.
-- Deixa ela pra lá. Também não gosto do que ela anda fazendo – comentou Marcela. Ela jazia ao lado de Ana Paula, assistindo minhas tentativas de acertar a palmeira. -- Provocar ela, só vai fazer ela ficar com mais raiva de você. E é isso que ela quer.
-- Também acho – concordei. -- Ignora ela que mais cedo ou mais tarde ela vai ver que não pode agir assim e vai acabar mudando.
Estava com a flecha na mão. Posicionei-a no arco e mirei.
-- Você também poderia dar umas broncas nela. Mas num fala nada. Deixa ela fazer o que quer – disse minha prima.
-- Acertei – falei, quando finalmente vi a flecha ficar espetada na palmeira.
Marcela e Ana Paula, dando pulinhos de alegria, bateram palmas, acrescentando que eu estava aprendendo rápido. Era uma evolução embora o “aprendendo rápido” tenha sido mais uma forma de desfazer às críticas de Lucina. Ana Paula correu até a árvore e arrancou a flecha.
-- Vai! Tenta de novo, primo! -- disse ela com animação. Aliás, parecia que tinha sido ela e não eu quem acertara a palmeira.
Mirei e soltei a flecha. Embora tenha passado de raspão, não chegou a acertar o alvo. Não desisti. Aguardei que Marcela me trouxesse a flecha e fiz nova tentativa. Dessa vez porém consegui acertá-la. Novamente as duas comemoraram.
-- É só você treinar mais um pouco que vai acertar toda vez. É assim que a gente aprende e aperfeiçoa. Aposto como amanhã ou depois você já vai conseguir matar uma dessas aves e então teremos um jantar diferente.
-- Espero – respondi. -- Amanha vou tentar pegar uma pra você – acrescentei, olhando-a nos olhos.
Minha promessa a enrubesceu e a desconsertou. Ela deixou escapar um sorriso tímido e, baixando a cabeça, calou-se. Ana Paula tinha corrido para apanhar a flecha e provavelmente não viu a reação da outra, cuja afetação encheu-me de esperanças. “Se ela ficou assim, é porque gosta de mim...”, conclui.
-- Vai, primo! Acerta de novo!
Errei mais uma vez. Isso porém não a desapontou. Ela correu e voltou a me trazer a flecha. Nisso, Marcela lembrou-se da fogueira e disse que era melhor retornar à cabana para verificar se o fogo não estava apagando e se ela não estava precisando de mais lenha. Lembrei-a de que Luciana deveria estar lá e que certamente a teria alimentado, mas ela insistiu que talvez Luciana não tivesse voltado para a cabana. Marcela me deixou ali com minha prima.
Treinei mais uma dúzia de vezes. Em quatro delas consegui acertar a palmeira e pela primeira vez. Mas o dia caminhava-se para o fim embora o sol ainda demorasse a se por. Contudo, eu já estava cansado de ficar naquele jogo de armar a flecha, puxá e lançá-la. O meu braço direito começava a reclamar do excesso de esforço. Assim disse a minha prima que chegava por hoje e que era melhor a gente procurar alguma coisa para comer, porque certamente Luciana não se preocuparia com isso.
-- E não mesmo! Ela é capaz de morrer de fome, mas num vai atrás de comida – disse.
-- Vamos correr até os pés de goiaba. Quem sabe a gente acha alguma? -- falei. -- Quando voltar, vou pegar uns peixes.
Antes mesmo de responder, Ana Paula saiu correndo. Corri atrás dela.
A goiabeira não ficavam longe dali. Em dois ou três minutos nós as alcançarmos. Do chão, olhamos atentamente na esperança de encontrar alguma fruta. De repente, Ana Paula avistou uma goiaba começando a madurar bem no alto. Procurei a vara que costumávamos usar para apanhá-las, a qual jazia esquecida por ali, mas ela não era comprida o suficiente para alcançar a fruta.
-- Alguém vai ter que subir pra pegá ela -- falei.
-- Deixa eu subi -- disse minha prima.
Não fiz objeção, apesar de que achei estranho que ela se prontificasse a subir numa árvore, coisa que nunca fizera. Ajudei-a a alcançar o primeiro galho, no qual ela se segurou e subiu. Com certa dificuldade, ela chegou ao terceiro galho, altura suficiente para que a vara chegasse até a goiaba e a acertasse. Embora com medo de cair, minha prima conseguiu derrubar a fruta. Esta caiu cerca de um metro de onde eu estava. Corri para apanhá-la.
Ana Paula, aproveitando a posição privilegiada, passou a procurar por mais goiabas.
-- Achei outra -- anunciou, apontando para um galho na outra extremidade da goiabeira.
Para atravessar de um galho para outro, ela jogou a vara no chão. Apanhei-a e fiquei observando-a se deslocar lentamente, já que estava com medo de despencar lá de cima. Aliás, teve um momento em que me disse que estava com medo e que não conseguiria se mover. Tive de incentivá-la a continuar, afirmando-lhe que não precisava ter medo.
Ao observá-la nua, trepada naquela árvore, pensamentos que eu preferia não ter começaram a ocorrer-me. Eu já estava acostumado com sua nudez e na mais das vezes tanto a nudez dela quanto de Luciana e Marcela eram encaradas com naturalidade, embora Marcela ainda me causasse afetação. Com mais frequência. Talvez o fato de ver a nudez de minha prima com indiferença advinha, de um lado, do fato de seu corpo ainda não ter se desenvolvido, uma vez que os seios mal começara a ganhar formas e os pelos pubianos, que são uma fonte de curiosidade, ainda serem tão pequenos e ralos que passavam despercebidos; e de outro, o parentesco, o qual me inibia, uma vez que atos libidinosos com ela me pareciam muito mais pecaminosos que praticados com as outras duas. De forma que, tirando aqueles dois momentos em que os impulsos me levaram a praticar tais atos com ela, sua nudez não inspiravam minhas fantasias.
Minha primeira reação, ao ser surpreendido com tais pensamentos, foi abaixar a cabeça e evitar olhar para cima enquanto rogava a Deus para me livrar deles. Cheguei inclusive a dizer a mim mesmo em silêncio: “Não, não quero pensar nisso! É pecado. Ela é minha prima”. Súbito porém, ela pediu-me para apanhar a vara. E ao olhar para cima e estendê-la, meus olhos depararam com uma visão extraordinária, uma visão que não se assemelhava a nenhuma outra que eu tivera até então.
Ana Paula, para se apoiar e manter o equilíbrio lá em cima abrira as pernas e seus pés estavam apoiados em galhos diferentes. Eu estava bem embaixo dela. Talvez por isso meus olhos foram parar justamente naquela fenda rosada que, por causa das pernas afastadas, mostrava toda sua beleza tal qual uma flor no ápice do desabrochar.
Eu tentei desviar os olhos, mas uma força maior do que a vergonha, o medo do pecado e o temor da ira de Deus impediu-me de desviá-los. Minha prima talvez por inocência ou por já estar acostumada com sua nudez – como eu já estava me acostumando com a minha -- não percebeu nada. Continuou olhando para a fruta enquanto estendia a vara na direção dela para derrubá-la. Se por ventura ela tivesse olhado para baixo e me flagrado, certamente eu teria encontrado forças para puxar meus olhos dali e então parar de observá-la daquela forma, mas ela não fez isso. Assim, sob o efeito daquela visão, fui consumido por pensamentos, lembranças e imagens que se misturavam. As experiências que eu já tivera com ela e com principalmente com Luciana alimentavam-nas como um produto altamente inflamável teria alimentado as chamas dum incêndio.
As lembranças vinham todas de uma vez e imagens numa velocidade espantosa como as águas de um dique rompido, arrastando tudo que encontra pela frente. Algumas cenas duravam fração de segundos, pois eram imediatamente substituídas por outras. Embora essas lembranças faziam parte de experiências compartilhadas com Luciana, esta era substituída por aquela que jazia trepanada na goiabeira. Meu corpo reagiu e os efeitos físicos daquelas cenas começaram a se tornar visíveis.
Meus olhos só se desviaram dela quando o som da goiaba caindo ao chão penetrou-me nos ouvidos. Corri para apanhá-la, desejando que minha prima continuasse naquela posição, oferecendo a mesma visão de sua vulva que teria oferecido caso estivesse deitada na areia diante de mim e com as pernas arreganhadas. Pois agora não encontrava motivos para não continuar com aquela contemplação.
– Será que tem mais alguma? – perguntou ela, ao me ver apanhar a goiaba e olhar em sua direção.
– Num sei. Daí de cima você consegue ver melhor. Dá mais uma olhada – falei.
Ana Paula moveu apenas a cabeça para os lados, na procura de mais alguma goiaba, enquanto eu, olhando para cima, os mantinham fixos no meio das pernas, contemplando aquela beleza.
– Não, num tô vendo mais nenhuma. Acho que acabou – acrescentou. Em seguida, jogou a vara para longe e principiou a descer. – E agora? Como vou descê daqui?
– Ora, descendo! Como você fez da outra vez.
-- Mas da outra vez eu num tinha subido tão alto.
Ana Paula tentou dar um passo e quase se desequilibrou. Isso a fez ficar com medo. Por alguns instantes não teve coragem de se mexer. Chamou por socorro e pediu-me para ajudá-la a descer dali. Disse-lhe para segurar-se firmemente nos galhos e ir descendo lentamente. Ela tentou, mas não teve forças para prosseguir. Mais uma vez implorou para que eu subisse a fim de auxiliá-la.
Não subi de imediato. Continuei a contemplá-la. “Vou olhar ela mais um pouco. É tão bonita. Tá tão gostoso”, lembro de pensar. Mas ela começou a entrar em pânico e implorou desesperadamente para tirá-la dali. Aliás, estava prestes a cair em prantos.
Agarrei no primeiro galho e subi. Ela estava dois galhos acima. Agora mais próximo, não pude evitar de observá-la melhor, ainda mais que meus olhos estavam a altura de sua canela e portanto a poucos centímetros daquela flor aberta, a qual me levava ao desespero. E a visão me pareceu ainda mais esplêndida. Eu a desejava como um cão diante de uma cadela no cio.
-- O que foi? O que ocê tá olhando? – perguntou Ana Paula.
-- Nada não – foi a resposta que dei.
Minha prima poderia ser ainda uma menina, mas não era idiota. Fitou-me e quando nossos olhos se cruzaram, seu rosto, apesar do tom avermelhado pelo sol, adquiriu um vermelho ainda mais intenso, principalmente nas bochechas. Estava envergonhada.
Talvez se pudesse soltar as mãos tivesse imediatamente coberto as partes pudicas. Contudo, não tinha o que fazer. O medo era maior do que a vergonha de me mostrar as intimidades.
Subi mais um galho e praticamente ficamos frente a frente. Ela por sua vez, implorou mais uma vez, para segurá-la e ajudá-la a descer.
-- O que eu ganho com isso? -- perguntei, quando quase instintivamente ocorreu-me de obter algum benefício daquela situação, embora ainda não estivesse claro que benefício realmente poderia ser.
Fitando-me, não foi difícil deduzir qual seria o meu preço.
-- Ocê num pode fazê isso!
Foram essas palavras que me deram a certeza de tê-la em minhas mãos. E essa certeza acabou me impulsionando a seguir em frente a fim de alcançá-lo.
-- Por que não? -- perguntei com um sorriso.
-- Ocê é meu primo – respondeu com certo desespero. Não sei se por medo da altura ou por ter de pagar um preço alto para que eu a tirasse dali.
-- E daí? Só quero fazer um pouquinho.
Ela chegou a dizer que não faria aquilo comigo, que ia contar para Marcela e para sua mãe quando a gente saísse dali. Essas ameaças contudo não me abalaram. Consumido pelo desejo eu não tinha como recuar. O temor de uma condenação ao inferno não tinha força diante dos impulsos agindo sobre mim. Por isso, subi até o galho onde ela estava, parei diante dela e agarrei um dos seus pequeninos seios. Ela disse para eu parar, mas de forma pouco convincente. Sabia não ter escolha. Em vez de recuar, acabei avançando. Escorreguei-lhe a mão até o meio das pernas e passei o dedo na mesma fenda que minutos atrás fora a causa de tamanha desrazão.
Ana Paula começou a chorar e implorou mais uma vez para tirá-la dali.
-- Eu te ajudo a descer, mas depois você vai deixar eu meter em você – falei, pondo a mão ao falo teso e acariciando-o. Jamais imaginara fazer algo parecido. Eu estava irreconhecível. -- Ou senão você desce sozinha. Quero ver você conseguir. -- acrescentei, descendo para o galho de baixo como se fosse abandoná-la a própria sorte. -- Olha como é alto. E se você cair pode até quebrar a perna E não tem médico aqui. Se isso acontecer vamos ter que amputar ela. Vou ter que cortar ela com o machado.
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