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-- Por que vocês demoraram? -- quis saber Luciana, assim que aproximamos. Ela nos aguardava do lado de fora da cabana, impaciente. Aliás, parecia estar se preparando para ir atrás de mim e de Ana Paula.
Ana Paula fitou-me. E antes que ela pudesse dizer alguma besteira, adiantei-me:
-- Por quê? Por que você acha? Olha aqui! -- mostrei-lhe as goiabas. -- Fomos atrás de alguma coisa pra gente comer.
-- Ah – fez ela, com desdém.
Comemos as goiabas em silêncio e aguardamos a noite chegar.
Embora não houvesse motivos, o silêncio nos acompanhou por um bom tempo. Vez ou outra era interrompido por um de nós que, talvez não suportando aquele muro invisível nos separando, procurava inciar uma conversa. Mas inexplicavelmente, a conversa não durava e novamente caíamos na imobilidade do silêncio.
Eu não sei no que cada uma das meninas pensavam. Talvez Ana Paula pensasse na sua primeira experiência sexual e nos seus desdobramentos; Luciana talvez pensasse numa forma de mais uma vez me arrastar para longe dali e obrigar-me a satisfazer-lhe os instintos; Marcela por sua vez talvez procurasse compreender o que estava acontecendo com a gente que, apesar de estarmos tão próximos um dos outros, estávamos na realidade mais distantes do que nunca.
Quanto a mim, amigo leitor, posso lhe esclarecer essa dúvida. Eu pensava naquelas três. Na minha prima por causa do prazer que me proporcionara mais cedo. E me condenava por um lado, ao julgar que cometera um pecado mortal e pelo qual seria duramente castigado no inferno; por outro, sorria intimamente ao descobrir uma nova fonte de prazer. Parte de mim ansiava por uma nova oportunidade com minha prima a fim de experimentar as mesmas sensações de mais cedo. A lembrança e a reflexão acerca desses momentos me levavam a Luciana. Num primeiro momento, fiz comparações entre Ana Paula e ela, pesando o deleite provocado por cada uma delas, mas sem chegar a uma conclusão definitiva; depois, ocorreu-me que se voltasse a fazer aquelas coisas com minha prima, teria de ser muito cuidadoso para que a outra não desconfiasse. Luciana era uma menina esperta e o menor descuido colocaria não só a minha vida em risco como a de Ana Paula. Talvez Luciana não se vingasse de mim diretamente, mas quanto a minha prima eu não tinha dúvidas.
E como não poderia deixar de ser, pensei muito em Marcela, já que era ela que me fazia experimentar sentimentos que não experimentara com nenhuma das outras, sentimentos esses despertados com um simples olhar ou até mesmo com o som da voz dela. Então eu me imaginava fazendo com Marcela as mesmas coisas que fizera com Ana Paula e Luciana. “Quando a gente fizer, vai ser a melhor de todas. Tenho certeza disso! A gente vai se amar de verdade!”, lembro-me de pensar quando tomava conta da fogueira.
E só não passei o tempo todo refletindo sobre isso porque a fome começou a interferir em meus devaneios, o que me levou a preocupar em como arrumar comida na manhã seguinte. Apesar de todos aqueles dias alimentando-se basicamente de frutas e peixes ainda por cima de forma insuficiente, eu não me acostumara ainda com aquela vontade de comer. O que fazer? Naquela noite mais nada. Teria de esperar até o dia amanhecer, até porque eu não me afastaria muito da cabana por nada no escuro, principalmente em noites como aquela onde a lua minguante jazia encoberta pelas nuvens. Por mais que as meninas dissessem não ter nada naquela floresta, isso não me convencia. Eu a temia mais do que o diabo temia a cruz. Aliás, quando saia da cabana para fazer uma necessidade maior, procurava não olhar para a mata.
Tome a resolução de usar o arco e flecha para matar uma daquelas aves tão comum ali na ilha. Sabia que seria a única forma de evitar que viéssemos a morrer de fome. As goiabas chegaram ao fim e provavelmente levariam meses até que os pés voltassem a dar outras. As bananeiras, por outro lado, davam a impressão de não interromper a produção, uma vez que dois novos cachos surgiram desdes a nossa chegada, mas o crescimento e amadurecimento das frutas era demorado e muito aquém da nossa demanda. Havia as palmeiras com seus cachos de cocos, mas mesmo esses acabariam em três ou quatro dias, uma vez que as palmeiras não passavam de uma dúzia. De mais a mais, a dificuldade em subir até a copa para apanhar os frutos não compensava o pouco retorno. Claro que, na falta de outra opção, teríamos de recorrer a eles, mas isso só seria feito em último caso.
Quando terminei o meu turno, chamei Ana Paula e fui ocupar o seu lugar. O sono era tanto que a fome não me impediu de dormir.
Acordei com Luciana me cutucando.
-- O que foi?
-- Nada, seu idiota! Só amanheceu e eu estou morrendo de fome. Levanta! Vai buscar alguma coisa pra gente comer – ordenou ela. Olhei para os lados e Marcela ainda dormia. Ana Paula, no entanto, não estava.
-- Cadê a Ana Paula? -- perguntei, preocupado com a ausência dela.
-- O que foi? Tá preocupado com a priminha? Não se preocupe. Ainda não dei cabo dela – disse Luciana com escárnio. -- Saiu aí agora a pouco.
Levantei-me e fui atrás dela. Pensei em parar no caminho para dar uma mijada, mas resolvi encontrá-la primeiro. Precisava achá-la e saber se estava tudo bem com ela.
Estava a cerca de cem metros dali, agachada sobre a areia, fazendo suas necessidades. Ao avistá-la, eu me detive por alguns instantes a fim de observá-la. Ela não me viu porque estava compenetrada na imensidão do oceano. Talvez, olhando para o mar, pensasse na sua casa e nos seus familiares, ou ainda refletisse sobre uma forma de sairmos daquela ilha.
Temendo ser visto, continuei em direção a ela e, ao me aproximar, disse-lhe:
-- Acordei e você não estava. Fiquei preocupado.
Ana Paula apenas virou o rosto em minha direção.
-- Tava acordada. Vim lavar o rosto e fazer xixi.
Eu também precisava. Por isso, parei quase do lado dela e virei para o outro lado.
-- A gente tem que arrumar alguma coisa pra comer.
-- As goiabas acabaram – disse ela, se levantando.
-- Vou ver se pego uns peixes – falei, segurando o falo e prestando atenção no jato de mijo. -- Depois vou ver se mato alguma dessas aves – acrescentei.
Ana Paula se aproximou e me observou.
-- Pr`ocês é tão fácil. Pode fazer de pé e num se molham. A gente tem que ficar agachada. Queria ser homem também. Ter esse troço aí. Na gente parece que tá faltando.
-- Mas você não é homem – falei, balançando o falo para sair as últimas gotas. -- E nunca vai ter isso aqui. -- Apontei o falo para ela. -- E nem dois ovos assim – Levei a outra mão nos testículos e os sacudi.
-- Pra que essas bolas aí embaixo?
-- Ah, num sei direito. Acho que é delas que vem a porra.
Quando cheguei àquela ilha, não sabia quase nada que se relacionasse a sexo. O pouco que aprendera foi com a Lucina nos últimos dias.
-- Porra? O que é isso? -- Ana Paula demonstrava saber ainda menos do que eu embora isso fosse justificado por ela ser mulher e não passar de uma menina.
-- É aquele troço branco que sai dele quando eu gozo.
-- Ah, aquele negócio grudento e com um cheiro esquisito?
-- É.
Ana Paula levou a mão ao meu falo e segurou-o pegou com dois dedos.
-- É assim que eu tem que fazer pra ele ficar grande?
-- É – respondi, puxando a mão dela. -- Mas não vai fazer não.
-- Por quê? É tão bonitinho ver ele ficando grande.
-- Porque não quero. E eu tenho que pescar. A gente não tem nada pra comer.
-- Mas depois você deixa eu fazer ele ficar grande? -- disse ela enquanto retornávamos --Você me prometeu me fazer gozar.
-- Tá. Depois.
Na cabana, Luciana e Marcela pareciam conversar amigavelmente. Não atentei ao que diziam. Apenas apanhei a lança e disse que ia pegar uns peixes pro café da manhã.
Voltei meia hora depois com o fruto da pescaria.
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