ÍNDICE
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Acordei com Ana Paula me chamando.
Levantei com a cabeça pesada e estava sonolento, como se não tivesse dormido direito à noite, o que não era de todo falso. Mas era preciso levantar, não tinha jeito. Embora não houvesse nenhum adulto para nos controlar, a nos impor regras e obrigações (de certa forma éramos livres para fazer o que bem entendesse), na mais das vezes ainda agíamos como se um ser invisível nos fizesse obedecê-las. Na realidade, havia responsabilidades e não podíamos fugir dela, por mais livre que fôssemos.
O dia estava nublando, com cara de que choveria mais tarde. Assim, resolvi me apressar. “Melhor pescar quando ainda não está chovendo”, pensei. Apanhei a lança e a vareta onde prendia a pesca. Poderia ter pego o arco e a flecha e caçado, mas cheguei a conclusão de que os peixes dariam bem menos trabalho para limpar e assariam mais rápido. Quando se está com fome, queremos nos livrar dela o mais rápido possível, não importa de que forma.
-- Não vai entrar no mar com a gente? – quis saber Luciana.
-- Não. Tô com fome. E parece que vai chover. Vou pescar primeiro. Depois eu entro – falei.
Nisso, Ana Paula se aproximou.
-- Posso ir com ocê?
-- Pode, se num for ficá fazendo barulho.
-- Não, num vô.
Pouco depois, quando tínhamos nos afastados uns 200 metros da cabana, indagou:
-- Ocê acha que vai dá certo?
-- Certo o quê?
-- Esse negócio d’ocê ficá com nós três?
Não respondi de imediato. Havia pensado muito nisso nas últimas horas, mas não chegara a uma decisão. Claro que vira o lado bom de poder me deitar com elas sem medo, sem o temor de provocar uma briga ou algo pior. E, embora fosse um garoto, sabia o quanto isso me era vantajoso, já que teria as mais diferentes experiências, experiências prazerosas e as quais me fariam se sentir importante e poderoso. Aliás, que homem não gostaria de estar no meu lugar? Transar com três garotas, as quais me excitavam. No entanto, não me passara ao largo as implicações desse tipo de relacionamento. Eu teria de me desdobrar em três, o que não seria fácil mesmo para um garoto tão jovem, quando a virilidade está desabrochando como um botão de rosa numa manhã orvalhada. À noite eu pensara em mais de uma maneira de tornar a coisa mais organizada, de forma a não privilegiar uma delas, pois sabia que se o fizesse, haveria desentendimentos e tudo iria por terra. Mas tal decisão teria de ser tomada em conjunto, com a concordância de todos, por isso nada foi decidido.
-- Vai sim – respondi. E mesmo que achasse o contrário, jamais o admitiria. Aliás, lutaria até o fim para manter esse benefício, embora nada ainda tivesse sido decidido em definitivo. -- É melhor pra acabá com essa briga. E eu quero tentar. Pode dá certo. E espero que dê.
-- Acho que não – discordou. Foi uma das raras vezes em que não me apoiara. Talvez porque se tratasse dos seus próprios interesses; talvez ela temesse (e com certa razão) ficar em desvantagem, já que era minha prima e a mais nova das três. Não posso afirmar que ela tenha chegado a conclusão de que, por ser uma menina e ainda por cima minha prima, fosse desconsiderada naquela partilha ou mesmo tivesse de contentar com a parte menor, mas há uma grande probabilidade de que algo parecido tenha lhe ocorrido. Uma mulher não confia no sexo oposto, mas desconfia muito mais em quem é do próprio sexo. Talvez porque sabem do que são capazes.
-- Por quê? -- insisti. A opinião dela poderia me ser útil quando nos reunisse da próxima vez a fim de chegar a uma decisão definitiva, o que provavelmente aconteceria ao longo do dia. Não creio que fosse adiada, dada a quantidade de coisa que estava em jogo.
-- Ocê num vai consegui.
-- Consegui o quê?
-- Se deitá cum nós três.
-- Vai sim.
Atravessávamos com cuidado as pedras.
Ana Paula recostou a mesma grande pedra em que Luciana recostara dias atrás, onde ficara se insinuando. Ver minha prima ali, não pude deixar de relembrar daquele momento, o que me fez pensar: “Deve ser mais gostoso ainda, o cu dela. Mais apertado. Que nem a xana dela. É mais novinha. Ia ser gostoso enfiar nele. Será que ela deixa? Ah, deixa. Ela sempre faz o que quero. É só eu insisti. Consigo convencer ela. É uma boba. Quando a gente tiver sozinho, vou pedir. Faço que nem na Luciana…”
-- Num vai não – insistiu ela, talvez me vendo distraído e virado para o outro lado, para esconder o excitamento, o qual me fazia o falo crescer. Eu não queria que ela visse, pois sabia que ela deduziria os meus pensamentos. Além do mais começaria com aquele monte de perguntas, as quais eu nem sempre sabia responder. Queria pescar e voltar para cabana.
-- Por quê? -- dei um passo em direção ao lago, onde os peixes costumavam ficar.
-- Porque ocê disse que tem que esperá um tempo, depois que aquele troço esguicha.
-- A porra?
-- É. Ocê disse que fica sem vontade, que ele num fica duro, que demora um tempo.
-- É – falei. E continuei a me afastar.
Não é bem assim que acontece. Embora nós homens não podemos manter a excitação e nem chegar ao orgasmo tantas vezes seguidas quanto as mulheres, ainda sim podemos, logo após um orgasmo, ter outro, desde que o falo continue excitado. Mas eu ainda não sabia disso. Achava, pela pouca experiência, que só poderia gozar uma vez; outra, só muito tempo depois, quando voltasse a sentir desejo.
Ana Paula por sua vez continuava recostada à grande pedra; mas apenas me fitando, sem aquele jogo erótico proporcionado por Luciana.
-- Então. Depois de fazer com uma, como ocê vai conseguir fazer com as outras?
-- Ah, num sei. Mas num precisa fazer duma vez. Pode fazer depois.
-- Depois quando?
-- Num sei. Um tempo depois, ora!
-- E quem vai ser a primeira?
-- Num sei. Isso a gente tem que decidi. Talvez tirar no dois-ou-um -- Nisso cheguei ao lago. Então acrescentei: -- Pssiu! Fica em silêncio senão eles fogem.
Ela se calou. Fitei-a mais uma vez. Ela estava de frente, meio que deitada sobre a rocha, olhando para algum ponto no horizonte. Por um instante, meus olhos percorrem-lhe todo o corpo nu. E antes de me concentrar na pescaria, tomado pelo excitamento, pensei: “Podia ir lá. Encostar nela e enfiar ele. Meter nela. Muita vontade. Ele tá se mexendo. Ia ser rápido. Gozar logo. Será que ela ia querer. Ia deixar? Ia. Ela deixa. Não. Para cu’isso. Melhor pescar antes. Depois eu vejo...”. Súbito, vi um grande peixe, dos maiores que vira ali até então. Mirei a lança e, usando toda a força, dei um impulso no braço para frente e lancei o dardo. Ela o atravessou o olho e fincou na areia.
Apanhei-a e a levantei com o peixe ainda se debatendo.
-- Olha, prima! Que bichão! -- falei enquanto ia ao encontro dela. Havia deixado o graveto ao lado dela.
Ana Paula ameaçou a vir ao meu encontro, no entanto, disse-lhe para esperar, que o levaria até ela.
-- Que peixão! É um dos maiores que ocê já pescou – deixou ela escapar.
-- É verdade! Tô com sorte hoje – arranquei o peixe do dardo. -- Esse é pra você. -- Entreguei-lhe o peixe. -- Agora vô pegar mais, pra outras duas e pra mim.
Empolgado com o peixe, esqueci do meu falo excitado. Ana Paula porém não deixou de notar.
-- Por que teu troço tá assim?
Eu poderia ter mentido, mas não costumava fazer isso com ela. Então disse-lhe a verdade. Contei sobre a lembrança de Luciana, inclusive de como a tinha penetrado. Foi um resumo rápido, sem detalhes. Não me sentia confortável contando aquele tipo de coisa.
-- E ele ficou duro? Quando Ocê olhou pra ela?
-- Não. Não tava com vontade.
-- Mas agora ocê tá?
-- Tô – respondi, voltando a desejá-la intensamente. Por pouco não deixei o dardo e a tomei nos braços.
Sorrindo, satisfeita, talvez se achando melhor do que a outra por causa disso, ela levou a mão até meu falo e o acariciou, por alguns segundos, provavelmente para me recompensar. Não creio que ela estivesse, naquele instante, pensando em transar comigo. O desejo não brota nelas assim tão rápido quanto nos homens, embora eu não soubesse disso. Cheguei a soltar um suspiro de prazer, o que fez com que ela tirasse a mão, dizendo:
-- Depois desse presente, ocê até merece. Mas ocê tem que pescar primeiro. Até lá vou pensar se deixo.
Aproximei os lábios dos dela e a beijei. Em seguida, antes que ela pudesse fazer alguma coisa, apanhei o dardo e voltei aos peixes.
Por alguns instantes, me mantive concentrado, embora não parasse de pensar nela. Súbito, ao mirar outro peixe, tornei a lançar o dardo. Dessa vez errei. Os peixes se assustaram em correram como sempre acontecia.
-- Merda! Errei. Agora vô ter que esperar mais um pouco, até eles voltar.
Virei o rosto e olhei para ela. Ana Paula estava de costas, apoiada na pedra, com as pernas um pouco afastadas e rebolando para mim. A medida que rebolava ia se abaixando.
-- É assim que ela fazia? -- perguntou.
-- Mais ou menos – respondi, sentindo o sangue envenenar ainda mais nas veias. -- Ela fazia menos – falei.
Continue a observá-la. Ela parecia se deleitar naquela dança sensual, quase orgiástica. Eu olhava para aquele traseiro e me imaginava grudado nele, acertando-o com os quadris. E ao observá-la, o desejo se tornou insuportável. Eu jã não sentia mais aquela indisposição e nem a cabeça pesada. Era como se eu tomara um medicamento de efeito imediato.
Súbito não aguentei. Caminhei até ela e recostando o dardo na pedra disse:
-- Desse jeito não vou consegui pescar. Não consigo me concentrar assim. Olha como ele está – levei a mão ao falo e o balancei. -- Vem cá. Vamos até ali – apontei com o dedo -- onde elas num pode ver a gente.
Achei que Ana Paula fosse recusar. Contudo, segurou na minha mão e me acompanhou.
-- Ocê vai enfiar ele na minha bunda?
-- Se você deixar. Ocê deixa?
Ela se calou por alguns instantes, contudo declarou:
-- Tenho medo de doer.
-- A gente tenta. Se doer eu paro – falei. Nisso, escorreguei-lhe a mão pelas costas e apertei-lhe levemente uma das nádegas, dando-lhe um tapinha em seguida.
-- Safado! -- exclamou ela, dando um pulinho para frente.
Chegamos ao fim da faixa de areia, onde começava uma vegetação rasteira.
Paramos de frente um para o outro. Então nos abraçamos e nossos lábios se encontraram novamente. Enquanto a beijava, minha mão escorregou-lhe até o meio das pernas e rapidamente o dedo chegou ao destino. Estava escorregadio ali, muito escorregadio. Senti-la assim, me levou a pedi-la:
-- Vai, deita ai!
Ela se agachou.
-- Quer que eu deito virada, pr’ocê tentá?
-- Não. Ainda não. Quero enfiar nela primeiro.
Foi algo que me ocorreu ali. Talvez por estar excitado demais, desejei-lhe a vulva mais do que o ânus. Contudo, a minha intenção era penetrá-la ali por alguns instantes, mas sem chegar ao orgasmo, e depois pedi-la para se virar e penetrá-la no ânus, pois não via porque não conseguiria penetrá-la naquele orifício, cujo de Luciana penetrara com relativa facilidade.
Então ela tombou para trás e, ao ficar estirada na areia, manteve os olhos em mim, aguardando. Deitei-lhe sobre com um imenso sorriso, um sorriso rejubilante, e tornei a beijá-la, pois Luciana me ensinara que sentia mas prazer quando eu a penetrava beijando-a. E mesmo sabendo que não poderia demorar, não queria fazer com pressa, sem lhe dar algum prazer, embora não tivesse em mente lhe proporcionar o primeiro orgasmo, como havia lhe prometido.
Acariciei-a por algum tempo, talvez uns dois ou três minutos. Nesse meio tempo, não só a beijei várias vezes como também lhe chupei aqueles dois pequenos botões, os quais começavam a ganhar forma de seios. Aliás, lembrei da promessa, mas, tomado pelo egoismo masculino que nessas horas é ainda maior, disse com meus botões: “Vou gozar primeiro. Depois faço ela gozar.”
Poderia tê-la acariciado mais, se não tivesse sido tão egoísta. Mas o desejo não permitiu. Ainda era um moleque e me seria impossível controlá-lo; aliás, a uma parcela grande dos homens adultos teria agido da mesma forma. Nessas horas, os homens são tão egoístas quanto um garoto mimado ainda preso à infância. Então a penetrei naquela pequena vulva, cujos lábios jaziam mergulhados num líquido branco e viscoso. Ana Paula apenas contraiu os olhos, talvez devido a um pequeno desconforto. Então iniciei os movimentos.
Foram poucos. Súbito as forças me faltaram e então fiquei inerte sobre ela, como que desfalecido.
-- Mas já? Assim tão rápido? -- perguntou, acariciando-me a nuca.
-- É. Tava com muita vontade. Desde ontem a noite – deixei escapar.
Ela parou de me acariciar e olhou nos meus olhos.
-- Ontem a noite? Por quê?
-- Quando vocês estavam dormindo, eu levantei e disse pra Marcela que queria conversar com ela. Aí a gente saiu da cabana, andamos um pouco e pedi desculpa pra ela. Aí…
-- Ela te desculpou e ocê quis transar com ela. -- interrompeu-me. -- Num foi?
-- Foi.
Contei-lhe todo o ocorrido.
-- Bem feito! Ela vai deixar ocê transar com ela, mas num vai ser fácil assim…
-- Como foi com você e a Luciana.
-- Eu num fui fácil. Ocê me obrigou. Eu num queria.
-- Mas agora fica querendo. Até dar a bunda. Quer fazer tudo que a Luciana fez.
Aquelas palavras deve tê-la magoado de alguma forma. Imediatamente, Ana Paula me empurrou para o lado e me jogou na areia.
-- Eu num tô querendo dá a bunda pr’ocê. Ocê que tá querendo enfiar esse troço nela.
Ela ameaçou a se levantar. Puxei-a pelo braço e a derrubei na areia. Então a rolei até deixá-la de bruços.
-- Tá sim. Admite. Tá querendo ser que nem a Luciana. Tá com inveja dela.
-- Me solta! -- pediu, tentando se desvincilhar.
Rolei para cima dela, puxei-lhe os braços, estendendo-os para trás, para que ela não conseguisse se apoiar e ajeitei-lhe o falo ainda teso no meio das nádegas. Então fiz o como Luciana me ensinara: levei a mão à boca e umedeci a ponta dos dedos de saliva. Ergui os quadris, mas não muito para evitar que Ana Paula conseguisse se soltar e os dedos procuram-lhe o ânus.
Não precisava lubrificá-lo já que me falo estava lubrificado de sêmen e das secreções dela. Mas isso não me ocorreu.
-- Num faz isso! Se ocê fizer, nunca mais falo com ocê.
-- Que nada! Você quer – falei, lubrificando-lhe o orifício de saliva e lhe introduzindo o dedo médio.
-- Pára! Por favor. Vai doer. -- disse ela com certo desespero.
-- Vai nada. -- Empurrei e puxei o dedo três ou quatro vezes.
Ela tornou a implorar, já com voz de choro. Mas eu estava tão decidido a ir até o fim que não me deixei comover. Ajeitei o falo ali e o empurrei. Ele ameaçou penetrá-la, mas escorregou para frente, deslizando pelo vão entre as duas nádegas. Aliás, lembrei de que como isso acontecera mais de uma vez quando meu primo me penetrara. Como eu contraía o ânus, achando que assim o impediria de me penetrar, o falo dele, não conseguindo, deslizava-me daquela forma.
As lágrimas vieram-lhe.
Tornei a erguer os quadris, a ajeitá-lo; e, segurando-o, empurrei-o com força. Dessa vez penetrou quase que totalmente.
Foi uma sensação ímpar sentir as paredes do ânus dela quase a me esmagar o pequeno órgão. E eu nem estava com tanto desejo assim, já que momentos antes acabara de gozar. Essa sensação, como uma grande onda que se arrebenta na praia trazendo de volta o que o recuo do mar havia levado, devolveu-me todo o desejo, o que fez com que eu movesse os quadris para frente e para trás, como as incansáveis ondas que se arrebentam infinitamente na praia. Minha prima, sufocada no próprio choro, quase não conseguia falar, ainda sim implorava para eu parar, que estava doendo. Parei. Mas só quando as forças voltaram a me faltar.
Apesar de fraco, sem forças, tombei para o lado e sentei na areia. Ana Paula continuava a chorar, mas agora não dizia nada.
Uma onda de arrependimento abateu-me. Então me amaldiçoei por ter feito aquilo, daquela forma. Poderia ter esperado o momento certo, quando ela teria deixado. Sabia ter cometido um erro, embora não visse a coisa como um ato de violência, como um estupro. Aliás, nunca ouvira a palavra estupro e portanto não sabia que isso existia, menos ainda que possuir uma mulher contra a vontade dela era um crime gravíssimo; talvez porque não fosse capaz de imaginar a dor e o sofrimento que poderia estar causando. Ainda mais que também fora vítima de abusos e não me sentia uma vítima de fato. Achava que isso era normal, que as pessoas faziam esse tipo de coisa.
-- Desculpe. Perdi a cabeça – falei, acariciando-lhe o rosto com as pontas dos dedos. -- Prometo nunca mais fazer assim, se você num quiser. E nem te obrigar a fazer, se você não tiver com vontade. -- Na realidade, a culpa que eu sentia advinha do fato de ter passado pela mesma situação com Luciana. Eu me sentia magoado tendo de me deitar com ela quando eu não estava com vontade.
Ela não disse nada. Apenas me olhou com os olhos vermelhos, cheios de lágrimas.
-- Vai. Para de chorar! -- pedi. -- Vamos levantar. Preciso pegar mais peixes.
Ela não disse nada e nem se mexeu. No entanto, ainda choramingava.
Aguardei.
Súbito, insisti:
-- Anda levanta. Não foi nada. Nem te machuquei.
-- Machucou sim – disse ela, ainda com a voz presa pelo choro.
-- Deixa eu ver. -- levei-lhe as mãos às nádegas e as afastei. Observei o ânus e não encontrei nada de diferente. Apenas o orifício parecia um pouco dilatado, embora eu não tivesse certeza. Mas não havia sangramento ou mesmo sinal de ferimento. -- Não tem nada machucado aqui. Se tivesse tava sangrando.
Ela não disse nada por alguns instantes. Levantei-me e estendendo-lhe a mão, insisti mais uma vez:
-- Anda. Pára com isso. Levanta. Vamos nos lavar.
Finalmente ela se mexeu.
-- Num me encoste mais. Nem fale mais comigo. E vou contar pra Marcela o que ocê fez – falou, quando sentou na areia.
-- De jeito nenhum. Você não vai falar nada. Se falar, eu te quebro todinha, aí você vai ver o que é machucar. Tá ouvindo? -- Nisso, peguei-a pelo braço, dei-lhe uma sacudidela e a empurrei, fazendo com que ela se desequilibrasse e caísse de costas na areia. Ela me fitou com os olhos esbugalhados. Ajoelhei, apontei-lhe o dedo na cara, acima do nariz, entre os olhos. -- Estamos combinados?
Continuava a me fitar, muito assustada. No entanto, não disse nada.
Querendo arrancar uma confirmação dela, dei-lhe um tapa sem muita força na vulva, o que deixou minha mão toda lambuzada de nossas secreções.
-- Essa foi de leve, mas a próxima num vai ser não. Vai ser um soco bem dado aí, que vai te deixar estirada no chão de dor. Tá entendendo?
Surpresa e com medo, meneou a cabeça afirmativamente.
Tornei a levantar e a estender-lhe a mão. Ana Paula a agarrou e se levantou. Fomos em silêncio em direção à água. Nós nos lavamos e lhe disse para me esperar, acrescentando.
-- Já que você veio comigo, vai voltar.
Pesquei mais quatro peixes.
No caminho de volta, disse para agir como se nada tivesse acontecido. Apenas a relembrei do que já tinha lhe dito mais de uma vez nos últimos dias: de que ela só poderia contar comigo para protegê-la. E acrescentei:
-- Se você disser alguma coisa pra Marcela, fico do lado da Luciana. É isso que você quer?
-- Não.
-- Ótimo.
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