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Artigos-->... sin perder la ternura jamás - Uma resposta ao Klesyus -- 01/05/2003 - 20:55 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


“... sin perder la ternura jamás” – Uma resposta ao Klesyus

Athos Ronaldo Miralha da Cunha





Como as polêmicas se repetem.

Vamos e voltamos e caímos na velha dicotomia. Perambulamos pela ideologia e isso fica interminável. A polarização capitalismo x socialismo está cotidianamente no foco de nosso debate. É mais ou menos como se alguns estivessem construindo um muro e outros, no mesmo instante, destruindo. E esse muro pode ser construído e destruído tanto pelas mãos esquerdas como pelas mãos direitas.



Devemos reconhecer que algumas pessoas estão ideologicamente aquém do muro e não perceberam que essas ideologias fracassaram ou estão fracassando. Enquadram-se de um lado e conseguem colocar outras pessoas, que pensam diferente, do outro lado do muro. Essas pessoas sobrevivem numa Era pré-muro. Ainda não perceberam que o muro caiu. E que o mundo está em acelerada evolução.



Não entrarei na disputa de quem matou mais se o socialismo de Stálin, o nazismo de Hitler ou o capitalismo pós-moderno da família Bush e outras ditaduras de direita e de esquerda. Os exemplos são vários e chocantes de uma contabilidade em que só encontramos derrotados e vidas perdidas.

Também não pretendo ser repetitivo, pois sobre Cuba, ditaduras, Che, Fidel e capitalismo x socialismo, já dissertei o bastante. Mas confesso, gosto de discorrer sobre esse tema, e a sua elaboração me fascina.

Mas vale ressaltar as contradições desse exercício. Até tenho a pretensão de ser um dialético sem fins lucrativos.



A afirmação de que os socialistas são contraditórios, pois são contra mas apóiam as ditaduras. A conceituação teórica de socialismo é muito vasta e a aplicabilidade prática maior ainda. Embora tenhamos na prática apenas o socialismo real.

Para sermos claros vamos fazer uma pequena comparação e sem aprofundar muito para não termos que baixar uma prateleira de livros.

Um único e breve comparativo entre o PSTU e o PSB. Ambos contém a palavra socialismo na sigla. O PSB está inserindo algumas chamadas na televisão, dentre elas sobre o que é socialismo. O âncora do programa diz “o socialismo visa reformar a sociedade capitalista”. Aos ouvidos de um militante do PSTU, essa afirmação é uma facada nas costas. Uma heresia. Pergunto: alguém concebe que para um socialista do PSTU o socialismo é reforma do capitalismo?

Então não dá para enquadrar uma pessoa de esquerda como sendo “cerceador de liberdades individuais” ou “totalitário” ou “adepto do partido único”.

O Lula é de esquerda, entretanto não é “cerceador de liberdades individuais” ou “totalitário” ou “adepto do partido único”. O Lula é um democrata. Pois é, devemos escolher qual a nossa definição de socialismo? Inclusive vermos se na nossa concepção de vida e de mundo o significado da palavra socialismo tem alguma relevância.

As “Teses para uma esquerda humanista” falam muito disso. Está a disposição para quem interessar.



Já afirmei em texto aqui no Usina e reafirmo: Não há mais fundamentos ideológicos para autoritarismos e para ditadores. Não há ideologia que explique afronta aos Direitos Humanos, perseguição política e controle da mídia. e isso vale tanto à esquerda quanto à direita. No texto Pra não dizer que não falei das flores... E de Cuba teço comentários sobre a ditadura de Fidel.





Sobre a pergunta “Há coerência em ser contra a ditadura militar e favorável a ditadura socialista?”

Supondo ser essa premissa verdadeira. Então podemos reformulá-la: “Há coerência em ser capitalista e ser a favor das ditaduras capitalistas?”.

Prezado parceiro do Usina e talentoso jornalista Klesyus, na pergunta há um descuido seu na formulação. Todas as ditaduras só se sustentam com um aparato militar. No meu modesto entendimento, basta ser uma ditadura para sermos contra. Não existe uma ditadura boa.

Com base no teu argumento acredito que a pergunta deveria ser feita assim. Há coerência em ser contra a ditadura capitalista e favorável a ditadura socialista?

Entendi, desculpe-me se mal, que na tua concepção há ditaduras militares e socialistas. Para mim, há ditaduras capitalistas e socialistas e ambas militares.



Apenas se formos ingênuos ou mal-intencionados podemos enquadrar o governo Lula como socialista, embora digam que ele, o Lula, seja um socialista. O governo Lula se conseguir fazer umas reformas que venham ao encontro dos interesses dos trabalhadores será um bom governo. Isso se conseguir. Pois devemos ter em conta toda uma conjuntura que envolve, mercado, globalização, FMI, interesses capitalistas (é óbvio, o Brasil está inserido no capitalismo), comércio, importação e exportação etc, etc, etc. É uma engrenagem muito complexa. E, além do mais, Lula não prometeu uma revolução socialista. Escrevi alguma coisa sobre isso em Óbvio lulante! Ou seria a revolução socialista? e em Um toque de esquerda.





Sobre o título desse texto: Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás. Essa frase foi dita há muito tempo por um revolucionário que virou mito. Hoje virou rótulo de cerveja e está nas bandeiras dos clubes de futebol. Até em biquínis andou.

Nos diz muito. E podemos interpretá-la de acordo com as nossas concepções. Podemos dizer que Che fez um belo exercício dialético ao pronunciá-la.

Podemos ser sisudos, fortes, machões, organizados, “direitinhos” mas nunca devemos perder a ternura. As ações ternas estão acima de tudo.

O que entendemos por ternura? Cordialidade, amor e paz. Se for esse o entendimento, isso não combina com ditadura. Ou combina?





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