Usina de Letras
Usina de Letras
132 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50628)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Na quadra com Gisele -- 19/01/2003 - 14:46 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Na quadra com Gisele
Athos Ronaldo Miralha da Cunha


Oito horas da manhã de um domingo preguiço desse verão escaldante. O telefone toca. Era um amigo convidando-me para jogarmos pádel?
- Padel? Não faço a menor idéia do que seja isso. – respondo, meio sonolento pelo repentino despertar.
- Sim, pádel. É bom para fazer uma aeróbica e movimentar o corpo. Enfim, queimar umas calorias. Vamos baixar essa barriga, cara.
Respondo que não sabia o que era pádel, até tinha uma certa dificuldade em diferenciar pádel e poodle. Afinal, qual é o esporte qual é o bicho?
- Padel é excelente. É como jogar tênis...
- Nunca joguei tênis. – respondo, dormitando em pé ao telefone.
- Vamos lá cara, vai ser ótimo.
- Alguma coisa próxima do tênis eu joguei quando era criança. Fui campeão infantil de pingue-pongue do balneário Novo Pinhal.
- Pádel é como se tu jogasse pingue-pongue em cima da mesa. Mais ou menos isso. Acho.
- Então ta, em uma hora nos encontraremos.
Ainda sonolento, fui ao encontro do pádel. Mas sonhando com a caipirinha de vodka antes do almoço.

Chegando no clube fomos direto para quadra.
Qual não foi minha surpresa ao ver duas beldades jogando na mesma quadra que nós jogaríamos. Vocês não imaginam quem estava jogando pádel? A própria, ela, a beldade das passarelas: A modelo mais exuberante do planeta. E, o mais importante, longas pernas de fora.
É lógico. Nós ficamos babando. Do outro lado da tela, torcendo para que ela não acabasse nunca o set, que para mim, naquelas alturas, não deveria ser set e sim quinhent. E ela deveria jogar uns cem quinhent.

Eu estava completamente derretido e a gata enjaulada, corria como uma garça, para um lado e outro da quadra. Raquetadas de lá e de cá. Parecia um animalzinho no cativeiro, afobada e inquieta. Uma gata ansiosa, insatisfeita, uma felina das quadras. E nós ali com olhos de babacas sonhadores.
- Ah! Se ele me desse bola!
- Ah! Se ela te desse uma raquetada!
- Será ela mesma, ainda não acredito? Mas é muito parecida.
- Se não for é parecida, que seja ela... e o biquíni do Che? E a pele dos bichinhos?

De repente ela se retira e vai para o vestuário. Toda suadinha. Maravilhosamente suada.
Estou próximo ao portão da quadra. A beldade escorrega e se desequilibra. Vem em minha direção e cai em meus braços. Rolamos pelo chão.
- Ah! Se fosse uma cena de amor!
- Ah! Se fosse a quadra das sete modelos!
Mas não era, foi apenas um encontrão com a formosura loira das passarelas. De quebra, arranjei uns arranhões nos braços e nos joelhos.
Muito solícita, pede desculpas e pergunta se não estou machucado.
Apenas respondo, com uma cara de imbecil. – Para mim foi um prazer.
Não tive coragem de convidá-la para tomar um suco. Acontece.
Com o queixo caído a fala fica difícil.



Leia também o conto O músico e o engraxate

A crônica Os cristais de Davos

O estacionamento


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui