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Poesias-->Uma Outra História de Amor -- 24/06/2003 - 11:52 (JANE DE PAULA CARVALHO SANTOS) |
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Sabe quando a gente sabe
mas não quer mostrar que sabe
por que pode se comprometer,
por que pode se enrolar,
por que pode aparentar mais do que deve,
por que não gostaria que o outro soubesse,
por que estaria colocando algo em risco,
ou por que não está a fim mesmo?
Poizé... Né que o cara sabia?
Naquele boteco sujo e porco,
nunca tinha visto aquela figura...
ou será?
Sei lá!
Sei que falei duas horas,
ele ouviu cinco minutos
e enrolou o restante com
acenos de cabeça
e sorrisos enigmáticos
Ah! Cretino!
Fiz caras e bocas
trejeitos e maneiras
muito suspense.
Trabalhei bem o trailer,
ajeitei até o soundtrack!
E ele fazendo de conta
que aceitava minha postura altiva
inatingível
Preparei um jantar
duas semanas depois.
Spaghetti à Carbonara
e uma saladinha verde
– parco repasto,
para mínimas habilidades –
comprei um chandomzinho
e duas taças de cristal.
Liguei pra ele,
com a voz travestida naquele velho tom blasé
muito do mal disfarçado,
trêmula de ansiedade.
Daí ele apareceu na minha porta
com um ramo de alecrim
e uma orquídea azul.
Colocou o alecrim na minha orelha
e a orquídea em minhas mãos.
Comemos silenciosamente,
ao som de um rock antigo
que ele pinçou da pilha de cds
repleta de canções maníaco-depressivo-suicidas.
A chama da vela era o único lume
e o vinho subiu bem rápido...
Sem me aperceber do fato,
já havíamos ido pra cama
abraçados feito um velho casal
que se conhece há alguns milênios
Sobre meus lençóis cor-de-rosa,
fez questão de manter
somente a luz vela, sobre o criado mudo
e talvez fosse somente
pra que eu pudesse perceber
na doce penumbra
os tons azuis de sua aura luminosa.
Foi o homem mais precioso
que jamais tive
que nem nos sonhos mais pueris
imaginei existir.
E ele sabia!
Acordei sozinha e antevi a dor chegando.
Busquei meus talismãs,
minhas bonecas, meus vodus,
minhas orações de bruxa velha.
Me encolhi em mim, esperei o desespero
desejei ser uma ostra,
como tantas outras vezes,
tantas vezes,
tudo tão igual.
Então ouvi barulho na cozinha,
pensei que fosse algum dos meus fantasmas,
e não acreditei quando ele sentou
tranqüilamente na beira da cama
e me ofertou
uma bandeja de brioches
com café novo fumegante.
Ainda hoje não acredito
– anos depois –
na capacidade de irradiar
que tem aquele homem.
E agradeço todos os dias
pelo salvamento
e pela caixa de lexotan
– era ele! era o cara da farmácia! –
que ele não me vendeu naquela noite torta.
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