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cronicas-->Os adeuses (3º lugar estadual 8º Prêmio Missões) -- 23/02/2003 - 19:07 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os adeuses
Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Os momentos são os mesmos como tantos outros em que caminhamos juntos. Mas há uma despedida que nos provoca reflexões. Talvez nossos rumos não serão mais idênticos, mas seremos escravos eternos dos sonhos que nos libertam. E, certamente, estaremos juntos logo ali adiante. Necessitamos e procuramos incessantemente a novidade e a rebeldia. Nos esforçamos para ser um sujeito normal, mas sempre caímos na loucura real. Assim, de quebra, procuramos uma outra utopia. Queremos o inesperado que cativa e emociona. O novo que nos proporciona sabedoria. E nos acalenta com outras paragens e bonitas paisagens.
Estamos em uma evolução pretensamente contínua. Queremos cada vez mais das menores atitudes, cada vez mais dos nossos parágrafos, queremos mais e nos cobramos. Até nos perdemos no labirinto da crónica em busca da perfeição. Queremos o texto perfeito e, evidente, por isso publicamos. Não somos mais uma metamorfose ambulante, nem um passante em desatino. Apenas queremos novos destinos. Somos viandantes de um mundo virtual que nos fascina, nos enche de inspiração e incentivo. Às vezes nos deprime e nos afronta com despedidas inevitáveis.
Somos quase amadores diante da trilha que temos pela frente, mas queremos ser melhores. Como dizia o poeta "eu não sou as coisas e quem não é as coisas se revolta". Já fizemos a revolução, nos rebelamos contra a tirania e essa rebeldia não foi em vão. Quando a única atitude era desobedecer, desobedecemos. Agora nos resta uma despedida. E haverá uma saudação, há os que choram pela nossa partida porque são amigos sinceros. Há os que ficam e continuam tentando, a seu modo, modificar "as coisas" embora não sendo as coisas. Quem parte faz uma opção, exprime um desejo de mudança ou enraíza um sentimento de saudade, até que alguém em dado momento faça uma citação, numa dedicatória emocionada.
Os adeuses são muitos, muitos são os que ficam e continuam a rodar e a celebrar esse mundo que insistimos em querer mudar. Para os que partem, uma nova lição de vida, para os que ficam, legamos lições de nostalgia e alegria mesmo quando a chuva cai lá fora numa tarde vazia. Carregaremos para sempre nacos de despedidas e corações partidos. Talvez juntemos no horizonte de nossos sonhos fragmentos de poesia e cànticos de um quadro despudorado.
Quantos são os adeuses? Como daremos um adeus? Apenas um adeus que não seja para sempre. Como faremos uma saudação de partida? Apenas palavras que dizem pouco, pois não traduzem o tamanho desse sentimento. Palavras que são incomensuráveis, mas grandiosas na tentativa de colocar o verdadeiro significado de um adeus. Ficaremos e modificaremos nosso convívio. Mais maduro, cordial e humanista. Quem sabe?
Daremos adeuses aos que embarcam para novos conhecimentos, balançamos nossos lenços brancos diante da partida do trem. Após a primeira curva não veremos mais os vagões e os lenços não serão apenas bandeiras de paz e despedidas e sim o aconchego das lágrimas da saudade.




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