Cisterna do Poeta
Usavam um código: durante o dia a gang combinava quem transaria com quem e à noite, após a monitora apagar as luzes e se retirar, as meninas tiravam a calcinha e sutiã, deixavam embaixo do travesseiro e aguardavam até que uma das moças passasse em frente da cama e lhe tocasse nos pés. Este era o sinal combinado para irem ao banheiro. Cristina já havia levado duas cantadas...
CARLOS CUNHA
Lágrimas da carne
É muito gostoso quando sentimos o corpo todo vibrando junto a um ardor suave que envolve a nossa entranha na hora do gozo. Nosso sangue ferve e logo depois sermos tomados por uma sensação de leveza total e pleno relaxamento. Nossa carne depois de passar por momentos, envolvida por um delírio total, causado pelos toques suaves e acariciantes de mãos delicadas, pelo calor e pela suavidade da pele daquele que divide conosco aqueles momentos, se acalma e nosso espírito se torna amante daquele outro que está do nosso lado.
É divino quando gozamos juntos. Nesse instante o líquido grosso e quente que ejaculamos se junta ao que rola dentro do ventre da amante e os gemidos se confundem. As lágrimas da carne não saem dos olhos, em momentos de sofrimento, nem são amargas e frias. Elas escorrem pelo ventre, muito doces e leitosas, quando o prazer dos amantes é tanto que eles se deliciam com elas e as bebem alucinados. Não sabemos dizer se essas lágrimas nascem dela - da carne - ou se são frutos do espírito que delira junto a ela.
CARLOS CUNHA / o Poeta sem limites
Mariana Sato
Arquivo do Poeta/Masturbando o “bucetão” peludo e negro
A moçada deita e rola, desde o começo da noite até que o dia amanheça! Há quem ache e diga que a noite é pra dormir, só que ela é também para muitos um tempo de vida muito interessante e existem aqueles – milhões de seres, meninos e meninas – que são de opinião que nela a vida fica mais bonita e que ela possui horas ideais para o delírio sadio dos amantes. É quando as “Meninas da Noite” brincam alegres, amam – fazem amor ou mesmo só se entregam aos delírios da carne e a orgias maravilhosas – vivem alucinadamente com ansiedade e uma intensidade constante e invulgar.
Ela era uma dessas meninas e já era quase noite quando tomou um delicioso banho. Como ainda era cedo para sair e estava muito quente, sem se enxugar ou colocar a roupa, foi para a sala esperar pela hora de se encontrar com o pessoal. Num grosso e confortável tapete rosa – que tinha a textura macia de uma nuvem - ela se deitou nua para se auto-acariciar.
Uma de suas mãos começou a percorrer com suavidade seu corpo escultural, de mulher com a alma em chamas e a carne ardente e sedenta, que era refletido no espelho enorme que tomava todo o teto da sala. Ela via encantada a sua mão deslizar pela pele de sua barriga macia e delirava com o prazer que isso lhe causava. Circundar seu umbigo perfeito, se afastar até sua cintura fina para voltar lentamente e descer até o meio das coxas no mesmo ritmo vagaroso.
As cerdas do tapete tocavam suas costas, as nádegas, parte das pernas longas, e seus calcanhares se apoiavam nelas toda vez que erguia as ancas e se contorcia delirante, e beijavam seus longos cabelos castanhos que estava entre elas espalhado.
Sentia prazer. Tanto que ao fechar os olhos, fantasias e sonhos de amor e orgia desfilavam como num filme divino e eram projetados em sua alma. Sua carne refletia a fita, projetava para dentro de si cenas maravilhosas.
Enfim teve um orgasmo e o vibrador, que sua outra mão usara para penetrar na vagina e se masturbar enquanto sonhava e soltava gemidos delirantes, ficou caído ao lado da mancha cremosa que surgiu no tapete rosa, ao lado de seu bucetão coberto de pelos negros, agora embranquecidos e também melados pelo seu gozo abundante.
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