Cisterna do Poeta

Estamos tão longe, mas isso não importa. Tesão via NET pode não ser melhor do que ao vivo, mas ela também provoca, atiça e me enche de prazer com os leves toques que recebo de mim mesmo. Não pare. Diga que é você que está me acariciando...

CARLOS CUNHA

Uma partida de futebol feminino

No momento que a bola bateu no fundo da rede o juiz tocou o apito finalizando o jogo e ergueu o braço, torcendo a mão num gesto afeminado, dizendo algo que ninguém ouviu porque suas palavras foram encobertas pelos gritos e assovios que a torcida dava. A vibração era geral e envolvia tanto os torcedores do time que havia marcado o único gol nos segundos finais, ganhando assim a partida, como aqueles que torciam pelo time adversário. Todos gritavam alucinados adorando ver os enormes seios balançando e a bunda polpuda, da jogadora que tinha feito o gol, saltando para fora do short justinho que ela usava. Era num domingo pela manhã e quase todo aquele que ali estava foi mais para ver aquele monte de mulheres gostosas correndo atrás de uma bola do que para assistir a partida. - Linnnda. - Tesão. - Hei Didi, eu quero te come. - Gostooooosa. E enquanto a jogadora que tinha feito o gol corria pelo campo, comemorando e agradecendo os torcedores, o juiz que tinha apitado a partida, e era uma “bicha” muito invejosa, olhava com raiva para ela e pensava: “Que absurdo, todo esse delírio por causa dessa vagabunda. Com tantos homens lindos doidinhos pra trepar com ela e eu tenho certeza que a broaca vai estar chupando uma “xana”, daqui a pouco, lá no vestiário. Se fosse eu não perdoava, engolia esses pintos todos”. Pouco depois a jogadora que tinha feito o gol, sem a touca que usou durante a partida, estava tomando uma ducha gelada com a água caindo sobre sua vasta cabeleira e escorrendo pelo seu corpo escultural. Nessa hora a cortina do Box em que ela estava foi aberta por uma mulata linda, musculosa e muito forte, que falou pra ela: - Valeu Didi, o seu gol foi lindo e saiu na hora certa. - Lindo mesmo foi o passe que você me deu querida. Colocou a bola no meu pé pra eu chutar, não tinha como errar. - Deixa de ser modesta amor. O seu chute foi perfeito. - Ta legal, mas você merece um beijo pelo passe. Vem cá... Dizendo isso ela puxou a amiga, que ainda estava com o uniforme que tinha usado na partida, para baixo do chuveiro e colou os seus lábios nos dela. Trocaram um beijo bem demorado com a mulata segurando os cabelos da amiga com uma das mãos e com a outra acariciando o seu corpo molhado. Depois de muito malho as duas se trocaram, colocaram suas coisas em suas mochilas e foram para o estacionamento do estádio. Lá pegaram o carro e foram para o apartamento que as duas dividiam. Nele sim iam comemorar pra valer, numa enorme cama redonda, a vitória do time em que jogavam. Na mesma hora que as duas saiam do estacionamento o juiz da partida gemia dentro de seu fusca velho. Estava sendo enrabado por um torcedor, um negrão enorme que tinha gritado bobagens, para as mulheres que estavam no campo, durante toda a partida e agora comia o juiz, de olhos fechados, pensando na bunda da jogadora que tinha feito o gol. CARLOS CUNHA O Poeta sem limites

Vivi Fernandez

Arquivo do Poeta / Um “viado” diferente

Um “viado” diferente

- Zezé, você vai ao baile no domingo?

- É claro que vou, garota. Você acha que eu ia deixar de ir numa zorra dessas? Eu já comprei até convite.

- Eu também. Só não escolhi a fantasia. Está tão difícil de escolher por causa de eu estar tão gorda. Se estivesse magrinha era só amarrar uma faixa no saco, jogar um biquíni bem por cima e pronto. Estava fantasiada de dondoca carioca. Ia ser o maior barato.

- Mas minha querida vai estar cheio de mulata gostosa quase pelada por lá. Pensa bem, Beatriz. Pra nós biquíni já era, ficou cafona meu amor. Viado com biquíni é coisa do passado.

- É nada. Ficar quase ou totalmente pelada nunca sai da moda. É gostoso e sempre aparece um tarado que gosta e acaba comendo o rabo da gente.

- Isso é verdade, sempre aparece um. Mas eu optei por algo mais original. Vou fantasiada de homem.

- Fantasiada de homem, Zezé! Mas você não é homem?

- Claro que não, a Zezé respondeu zangada e cheia de revolta. Eu sou gay e cheio de honra e orgulho pela classe da qual eu faço parte. Homens, uns seres tão grosseiros - "eu adoro a grosseria deles" - e você ainda tem a coragem de me comparar a eles?

As duas "meninas" estavam no maior bate papo quando apareceu um tremendo negrão, que se esparramou na mesa em que elas estavam, e como se fosse dono da casa falou:

- Olá, meus amores. Conta pra mim o que rola?

A pele dele brilhava. Seus músculos eram estupendos e faziam com que as mulheres, que não o conheciam, ficassem doidinhas pra dar pra ele.

- Só estamos planejando a noitada para o baile do domingo. E você Damião, vai estar lá?

- E vocês acham que eu vou estar fora de uma barca dessas? Não só vou estar lá como pretendo ser a rainha da festa.

- Não te entendo Damião. Todas nós fazemos quest...

- Vá á merda Zezé, já vem você implicar com o meu nome. Não começa com a mesma ladainha outra vez. Eu já disse e repito que não sou igual a vocês.

- Mas vem cá Damião. Você fala que não é como nós, que é um ser humano diferente, juro que não te entendo. Você malha pra burro, tem um físico privilegiado e lindo. É um negrão enorme que faz questão de ser chamado pelo nome horrível que te deram no batismo, mas gosta de dar o cu, não gosta? No que é que você é diferente de nós, viados comuns que adotamos nome de guerra dengosos e tudo o mais?

- Já te disse um monte de vezes que eu não sou um viado. Sou um ser humano especial dotado de sensibilidade física aguçada e para mim o fator sexo é secundário. Até gosto de transar com mulher, mas ela tem de ser linda de corpo, de rosto e de alma. Tem que ser cheirosa e delicada no estilo Carla Perez senão o meu pau não sobe mesmo. Veja você se a minha sensibilidade vai permitir que eu ande enfiando o pinto em qualquer buceta mijada que aparecer na minha frente.

- Mas você gosta de dar o cu, não gosta Dadá?

- Não me chama de Dadá, sua filha da puta, o negrão falou muito bravo. Meu nome é Damião Cerqueira e você está cansada de saber disso. Sou filho do velho Cerqueira, malandro e bicheiro muito respeitado no Botafogo e dou o maior valor ao meu nome de família. Gosto, gosto sim, mas sou diferente de vocês. Não ando colocando a boca em qualquer pinto sujo que aparece não. Tem que ser um garotão de quatorze ou quinze anos com um caralho bem grande e cheiroso pra mim se interessar por ele. Dai sim eu chupo, adoro quando ele rasga o meu rabo e se for um moleque lindo com os dentes brancos e perfeitos eu até meto a língua nos lábios dele e beijo ele na boca. Vocês não escolhem não, qualquer pinto cheio de sebo está bom pra vocês.

- Puxa vida Damião, você fica nervoso à toa. A gente não pode falar nada.

- Querem saber de uma coisa, conversar com vocês me cansa. Estou indo embora, tchau meninas, bay bay.

E aquele enorme negrão se retirou do bar todo dengoso, acentuando o rebolado de sua enorme bunda negra. Na porta ele cruzou com um rapaz forte que entrava, olhou para ele, deu uma piscada e disse oi todo meloso.
Na mesa as suas "amigas" ficaram comentando:

- Esse Damião é uma figura mesmo, não é? Fica pondo uma e querendo ser diferente da gente. Ele é uma bicha muito esquisita.

- É sim Zezé, eu concordo. Eu sou, tu és, ele é... Nós somos todos viados. A única diferença dele conosco é que nós somos bichas assumidas e ele é um tremendo gilete que gosta de comer o rabo da garotada nova além de dar o dele. Mas que ele é viado ele é. Um preto viado metido a besta que tem o cu arrombado e cheio de bosta como todas nós.

CARLOS CUNHA / o Poeta sem limites

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