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Infantil -->Alice no País das Maravilhas -- 02/06/2009 - 07:13 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






















Alice no País das Maravilhas





Era uma vez uma menina que se chamava Alice.
Numa tarde de Verão, depois do almoço, Alice adormeceu e teve um sonho muito estranho. Viu um Coelho Branco, que corria e repetia sem parar:

- Vou chegar tarde, vou chegar tarde!

O coelho estava muito bem vestido e, ao vê-lo, Alice pensou que nunca tinha visto um coelho tão elegante ou que estivesse com tanta pressa.
Ficou curiosa e desatou a correr atrás dele. Tal era a velocidade a que o coelho corria, que a menina tropeçou e caiu numa toca, que mais parecia um poço sem fundo.
Depois de muitas voltas e reviravoltas no ar, Alice acabou por cair em cima de um monte de folhas secas.
Começou a procurar o coelho até que chegou a uma sala enorme, rodeada de portas fechadas.
Ao ver-se fechada desatou a chorar. Chorou tanto que as suas lágrimas formaram um charco enorme. De repente, o Coelho Branco passou por ali a correr, tão apressado que deixou cair o leque. Alice apanhou-o, abanou-se para se refrescar, mas como era um leque muito especial, a menina começou a ficar pequenina, muito pequenina...
... até que foi obrigada a nadar no charco de lágrimas.
E ficou espantada com o que viu. À sua volta estavam um rato, um papagaio, um pato, uma rã e uma águia bebé.
Quando conseguiu sair do lago, acabou por encontrar a casa do Coelho Branco. Este, muito nervoso, confundiu a menina com a empregada e pediu-lhe que lhe trouxesse as luvas e o leque.
Alice decidiu entrar e encontrou uma empada na cozinha. Como já estava com fome, decidiu comer um bocadinho. A empada era mágica e logo que engoliu a primeira dentada ficou pequenina como um rato.
Mesmo assim decidiu continuar o seu passeio, procurando também alguma coisa que a fizesse recuperar o tamanho normal. A meio do caminho, encontrou uma lagarta sentada em cima de um cogumelo quase tão alto como Alice. A lagarta fumava por um cachimbo muito estranho, chamado narguilé e disse à menina que o cogumelo era mágico e que podia recuperar o tamanho normal, se comesse um bocadinho. Alice decidiu prová-lo e como que por magia, voltou a crescer.
Alice voltava a ter o tamanho normal. Sentia-se muito feliz, por isso decidiu continuar a passear.
Ao passar por baixo de uma árvore viu um enorme gato em cima de um ramo, que lhe sorria. Tinha um sorriso de orelha a orelha e indicou-lhe o caminho que devia seguir, caso quisesse visitar a Lebre de Março.
Logo que acabou de falar começou a desaparecer, de tal forma que no fim, só ficou o seu sorriso. Será que alguém já tinha visto um gato a sorrir? Era algo tão estranho que Alice decidiu sair dali e ir visitar a Lebre.
A Lebre estava a dar uma festa no jardim. Os convidados eram o Chapeleiro e o Furão. Convidaram Alice para sentar-se à sombra, num enorme cadeirão e serviram-lhe uma chávena de chá e pão com manteiga.
Depois do lanche, e apesar de todos serem muito simpáticos e divertidos, Alice decidiu continuar o seu passeio pois queria voltar a encontrar o Coelho Branco.
Quando chegou a um jardim, Alice ficou pasmada pois viu cartas de um baralho que tinham cabeça, braços e pernas, como se fossem homenzinhos. Estavam muito atarefadas a pintar roseiras brancas de vermelho, pois as rosas vermelhas eram as flores preferidas da Rainha de Copas.
As pobres cartas estavam muito assustadas, pois, segundo diziam, a Rainha tinha muito mau génio e quando se zangava dava sempre a mesma ordem:

- Cortem-lhe a cabeça!

Sentiam muito medo apesar de ainda não conhecerem ninguém que tivesse obedecido a tal ordem.
O Valete de Copas tinha sido acusado de roubar pastéis. Foi levado a julgamento e Alice foi chamada a depor como testemunha. Como não sabia dizer se era culpado ou inocente - pois não tinha visto nada - a Rainha de Copas gritou, furiosa:

- Cortem-lhe a cabeça!

A menina ficou revoltada com tanta injustiça e disse-lhes que não passava de um naipe de cartas muito estúpido.
As cartas ficaram tão zangadas que começaram a esvoaçar e a cair em cima dela como se fosse chuva.
No meio de tanta confusão, Alice aproveitou para fugir e, quando deu por si, já tinha acordado do seu sonho!





CARLOS CUNHA / o Poeta sem limites
Produção Visual
























Arquivo do Poeta / A menininha e a centopéia



A menininha e a centopéia

Ela se chamava Cristina, mas era conhecida por todos como Tininha.
Era uma menininha muito doce e carinhosa, tinha sempre um lindo sorriso de dente falho na carinha cheia de sardas e as tranças grossas sempre bem feitas por sua mãe.
De todas as crianças que ela conhecia era a única que não tinha um cachorrinho, um gato ou qualquer outro animal de estimação.
Como acontece com toda criança ela sonhava em ter um, só que seus pais moravam em um apartamento muito pequeno e por isso ela não podia ter.
Uma tarde ela passeava com a sua mãe e quando elas passavam em frente a uma loja de animais a Tininha falou:

- Vamos entrar na loja mamãe e ver os bichinhos.

- Você não perde a mania de querer ter algum animal, né filha. Está cansada de saber que o nosso apartamento é muito pequeno e que é proibido ter animais de estimação lá no prédio que a gente mora.

- Eu sei mãe, só quero ver os animaizinhos. Vamos entrar só um pouquinho, por favor.

A mãe olhou para o rostinho inocente da filha e sem poder negar o que ela lhe pedia resolveu fazer o que ela queria e entraram na loja.
Lá dentro os olhos da menininha brilhavam enquanto ela olhava todos aqueles animais que nela tinha. Eram lindos filhotes de cães de várias raças, coelhos, tartarugas, ratinhos brancos, peixinhos.
Tinha uma infinidade de bichos maravilhosos e a menininha passeava encantada entre eles quando sua atenção foi chamada por uma caixa de vidro que tinha no centro da loja. Aproximou-se dela e viu que nela tinha um animalzinho que nunca tinha visto. Era uma centopéia.

- Olha mamãe que bichinho mais lindo, a menininha falou maravilhada. Ele é engraçadinho e tem um montão de perninhas. Eu queria tanto ter um.

- Você sabe muito bem que lá no apartamento não tem espaço e que é proibido ter animais lá.

- Não pode ter gato, cachorro e outros bichos assim. Esse aqui vai ficar numa caixinha no meu quarto e não vai fazer sujeira nem barulho pra incomodar ninguém. Compra ele pra mim, vai mãe, que eu prometo cuidar dele direitinho e nunca mais desobedecer à senhora.

A mãe viu nessa hora, na voz e nos olhos da filha, tanto desejo de possuir aquele animalzinho que não resistiu e comprou a centopéia pra ela.




Algum tempo depois, num dia muito bonito e ensolarado, a mãe da Tininha falou pra ela:

- O dia hoje está maravilhoso minha filha. Vai calçar um par de tênis que a gente vai até um parque passear.

- Oba, que legal. Eu vou levar a centopéia com a gente, posso?

- Pode, mas vai colocar logo os tênis pra gente sair. E não demora.

- Ta bom mãe, a menininha respondeu e subiu correndo a escada que levava até o seu quarto.

Quando chegou lá ela foi até a caixinha de vidro e falou pra centopéia:

- Eu e a mamãe vamos passear lá no parque e ela me deixou levar você.

A menininha calçou os seus tênis e voltou até a caixinha. Perguntou pra centopéia se estava pronta e ela respondeu:

- Falta quarenta e seis.

Ela sentou-se ao lado da caixinha e ficou esperando. Alguns minutos depois tornou a perguntar:

- E agora, ta pronta?

- Espera, agora só falta trinta e dois.

Enquanto isso a mãe, que enquanto esperava pela filha assistia pela televisão ao programa da Ana Maria Braga, estava ficando impaciente e nervosa com a demora da filha.
Lá no quarto cada vez que a menininha perguntava se estava pronta a centopéia respondia:

- Ainda falta dezoito.
- Já to indo só falta quatro agora.
- Estou colocando o último, já vou.

Finalmente ela disse pra menininha que estava pronta e ela desceu a escada com a caixinha da centopéia nas mãos.
Quando a mãe a viu ralhou com ela:

- Eu devia era não te levar mais pra passear e te deixar de castigo. Não te falei pra colocar os tênis e descer logo pra gente sair. Por que foi que você demorou esse tempo todo?

- Ué, a senhora não falou que eu podia levar a centopéia? Foi por isso que eu demorei.

- E o que é que a centopéia tem a ver com a sua demora?

- Eu coloquei os meus tênis rapidinhos, como a senhora mandou, mas ela teve que calçar cinqüenta pares e fiquei esperando. Foi por isso que demorei.




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