Aladim e a Lâmpada Maravilhosa
Numa cidade, vivia Aladino e a sua mãe que era muito pobre.
Um dia, aproximou-se dele um homem que o chamou. Tinha jeitos de ser nobre.
Disse que era seu tio e ofereceu-lhe um anel. Pediu que o acompanhasse, como se de ordem se tratasse, Aladino obedeceu.
De repente, o solo abriu-se e Aladino viu uma pedra com uma argola amarela como o ouro e o homem disse a Aladino:
- Levanta-a que é um tesouro.
Aladino obedeceu ao homem, que era mago.
Ao levantar a pedra, uma cova abriu-se a seus pés.
- Desce e verás um tesouro monumental. - disse-lhe o mago. Aladino desceu e viu riquezas fantásticas: moedas de ouro, pérolas diamantes... mas depressa o mago gritou:
- Traz-me imediatamente essa lâmpada.
Aladino pegou na lâmpada e ficou emudecido, contemplando-a maravilhado. E por essa razão, o mago enfureceu-se e deu-lhe um castigo: fechou-o na cova.
Aladino pediu socorro e ao rodar o tal anel, que o homem lhe oferecera, apareceu-lhe um génio, que lhe perguntou amavelmente:
- Que desejas meu amo?
- Quero sair daqui, ter um palácio para mim e muitas riquezas para dar à minha mãe.
Desde então, Aladino tinha tudo o que pedia.
Um dia apaixonou-se pela filha do sultão que era muito bonita.
Graças ao génio, Aladino apresentou-se no palácio do sultão num coche de ouro, carregado de riquezas para a princesa.
O Sultão, ao ver que Aladino era bom, jovem e rico, concedeu-lhe a mão de sua filha, herdeira do trono. E casaram-se.
Um dia, o malvado do mago apareceu-lhe disfarçado de mercador e trocou a lâmpada mágica por outra que não tinha poder mágico.
O mago, na posse da lâmpada mágica esfregou-a e pediu ao génio que lhe levasse o palácio e a princesa para um país longínquo e desconhecido.
E assim aconteceu. Quando Aladino se apercebeu do que lhe tinha acontecido, lembrou-se que ainda tinha o anel e portanto um geniozinho.
- Traz-me a minha querida esposa, a lâmpada mágica, o meu palácio e envia esse mago maldito para um lugar de onde nunca mais possa voltar.
Dito e feito. Com o poder do anel, pôs o mago bem distante.
A partir daí, a sua mãe nunca mais o deixou.
Aladino e a esposa, viveram muitos anos e foram muito felizes.
CARLOS CUNHA / o Poeta sem limites
Produção Visual
Arquivo do Poeta / A gata da madame
A gata da madame
Ana Cristina sentiu de repente o seu coração bater mais forte. À noite tinha caído a pouco e ela estava sentada no beiral da janela quando ouviu aquele som que a deixou encantada.
Curiosa por natureza ela pulou no telhado da varanda, que era fácil de alcançar dali de onde estava, e dele passou para o da casa com um outro pulo cheio de agilidade. Foi ali, nessa hora, que viu pela primeira vez o Nestor e na mesma hora soube que estava apaixonada.
Ele era um gato forte e bonito que usava uma calça branca muito elegante, vestia uma camiseta do flamengo e tinha pendurado nas costas, por uma correia de couro, um pequeno violão. Seu miado era melodioso e muito belo.
Na mesma hora ele viu aquela linda gata branca de pelos sedosos e bem escovados, com os seus olhos azuis puxados de siamesa, e foi até perto dela com o seu andar bamboleante que deixava bem claro a sua condição de gato vadio. Perguntou então pra ela:
- Olá doce criatura, estarei eu te incomodando com o meu miarolar.
- Não, não está não moço. É que eu fiquei curiosa ao ouvi-lo e vim ver quem miarolava com tanta suavidade.
- Se você gosta de música eu vou miarolar uma canção e te oferecer.
Dizendo isso ele tirou o pequeno violão das costas, sentou-se em uma das telhas e começou a tocar nas cordas com as suas unhas afiadas.
Ana Cristina ficou ali encantada a olhar ele tocar no pequeno instrumento e miarolar uma linda canção romântica.
Naquela hora, naquele telhado, começou um namoro entre eles e nasceu um novo grande amor.
Eles namoraram até bastante tarde naquela noite e quando o Nestor saiu a perambular, pelos telhados da vizinhança, levava consigo um sentimento novo e muito bonito em seu coração. Estava apaixonado por aquela delicada e formosa gata de madame.
Vagou por toda à noite, de manhã roubou seu alimento em uma peixaria que tinha ali nas vizinhanças e quando a noite chegou de novo ele voltou para o telhado da casa da madame.
Eles namoraram todos os dias naquela semana, mas teve um que, numa hora em que eles passeavam pelo jardim da casa, a madame os viu juntos. Ela ficou indignada, por sua linda gata estar ao lado daquele gato vadio, e enxotou o Nestor de lá.
Naquele dia a Ana Cristina não tomou o leite que a madame colocou pra ela e passou ele sentado na janela com muita tristeza nos seus olhos rasgados. No outro foi à mesma coisa e a madame preocupada foi ao mercado comprar o alimento especial para gatos, de que sua gata tanto gostava, mas de nada adiantou.
Ana Cristina passava as suas horas abatida e triste, não comia nada e não saia do beiral da janela onde pensava o tempo todo naquele gato garboso com jeito de malandro. Ela sofria por amor.
Alguns dias depois numa hora em que a madame, sentada em um sofá na sala, olhava cheia de preocupação para a sua gata ela ouviu um miado que também foi ouvido por Ana Cristina. Ela viu que a expressão do rosto da gata mudou imediatamente, se enchendo de felicidade, e ela pulou na mesma hora para o telhado.
A madame saiu para o jardim e de lá viu, sobre o telhado, a sua gata ronronando e roçando o rosto nos pelos do corpo do gato vadio que ela tinha enxotado dali. Falou para si mesma nessa hora:
- Então é isso que está acontecendo com a minha gatinha. Ela se apaixonou por esse gato vadio e essa era a razão da sua tristeza. Bem, eu acho que esse é um problema bem fácil de se resolver.
Ela chamou a sua gata que, mesmo com medo de ser repreendida pela madame, desceu do telhado por que era um animal muito obediente. A madame a pegou no colo e afagando os seus pelos branquinhos falou pra ela carinhosamente:
- Quer dizer que o único mal da minha gatinha é o mal de amor. Nisso a gente da um jeito, minha querida.
Olhou então para aquele gato enorme que continuava lá no telhado, cheio de receio, e falou pra ele:
- Parece que você conseguiu ganhar o coração da minha gata, não é seu safado? Desce aqui bichano. Desce que ninguém vai te fazer mal algum.
O Nestor sentiu a bondade que havia na voz da madame e mesmo sentindo medo dela, porque o tinha enxotado dali, ele resolveu descer. A madame se aproximou dele, com a gata em um dos braços, pegou ele no colo e falou:
- Hum... Até que você é um gato bastante bonito. Um bom banho e uma bela escovada vão melhorar muito com você e daí então eu vou deixar você namorar a Ana Cristina.
Quando o Nestor ouviu a madame falar em banho teve vontade de pular do seu braço e fugir, mas não o fez. Como todo gato vadio ele nunca tomava banho, só que sabia que se fugisse ia ficar sem a namorada e resolveu ficar.
A madame tirou dele aquelas roupas, tão esquisitas para um gato usar, e deu um banho bem dado nele, escovou os seus pelos bem escovados, colocou em seu pescoço uma fita igual a que a Ana Cristina tinha no dela e o soltou no jardim, ao lado da gata, dizendo:
- Pronto, agora vocês podem namorar.
Alguns meses depois a madame estava sentada num banco no jardim da sua casa e olhava sorridente para os seus gatos que passeavam pelo telhado. O Nestor tinha perdido aquele andar bamboleante, que marcava a sua vadiagem, e caminhava agora cheio de imponência ao lado da linda gata branca. Atrás deles iam brincando, tropeçando e rolando pelas telhas, quatro lindos gatinhos.
Nas fitas que o Nestor e a Ana Cristina usavam no pescoço a madame tinha prendido, no dia em que os gatinhos nasceram, uma aliança de ouro em cada uma delas.
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