Cisterna do Poeta
O rapaz tinha os cabelos pintados de cor verde água. Arrepiado sobre a cabeça e bem baixinho dos lados, num corte bastante bizarro, e a mocinha que estava com ele já não tinha cabelos. Em seu crânio brilhante e redondo, raspado a navalha, ela tinha uma enorme aranha azulada tatuada. Os dois possuíam uma beleza delicada em seus traços e eram bastante parecidos. Ela se chamava Maria da Graça e ele era o Tomé, seu irmão mais novo. A praia estava deserta e...
CARLOS CUNHA
Camilinha & Percival
A Camilinha era bastante liberal e sempre que arrumava um namorado, transava com ele logo na primeira semana. Gostava de ser enrabada, de chupar um pau, que metessem em seus seios. Toda a sacanagem que o rapaz com quem estivesse transando imaginasse era bem vinda e ela se deliciava, mas o que ela adorava mesmo era ser chupada. Isso fazia com que delirasse e gozasse várias vezes seguidas.
Era uma menina que adorava transar o tempo todo, mas nos dias em que vinha a sua menstruação é que mais se enchia de tesão e que ela ficava doidinha pra dar uma trepada.
Os namoros que ela arrumava nunca duravam mais que um mês. Sempre que começava um novo se apaixonava de verdade, enchia-se de esperança de ter encontrado um amor sólido e se entregava totalmente a ele, mas assim que ficava “de chico” tudo desandava. Quando queria transar com o carinha, que estava namorando, ele lhe dizia sem procurar esconder o nojo que estava sentindo:
- “Sabe bem, assim não dá né. Ta a maior meleca. Quando passar a gente transa”.
Outro falava:
- “Sem essa mina, assim desse jeito é furada. Deixa parar de sangrar”.
Um outro ainda concordava em transar com ela, mas ela não ficava satisfeita com a transa:
- “Te come desse jeito não ta com nada, né anjinho. Vou colocar na sua bundinha pra você não ficar na vontade, ta legal?”.
Um dia ela conheceu o Percival e foi no que a sua menstruação desceu. A primeira vista não viu nada de bonito nele e até o achou bastante sem graça, mas pra matar o enorme tesão que estava sentindo não podia dispensar o carinha.
Algumas horas depois de conhecê-lo foi com ele até a casa dele e chegando lá foi logo ao ataque. No primeiro beijo abriu o zíper da calça do menino e tirou o seu pau pra fora. Ela o chupou com muita de vontade.
Enquanto era chupado o rapaz ergueu a saia dela e levou a mão entre suas pernas. Quando tocou na calcinha sentiu o pacote que ela segurava, o absorvente que a Camilinha usava.
- “Você está “de chico”, meu doce?”.
- “Eu to. Isso atrapalha alguma coisa?”. Ela respondeu depois de tirar a boca do pau dele.
- “É claro que não. Não pega nada, mas chupa. Chupa que ta a maior gostosura”.
A Camilinha voltou a chupar o pau dele com gula e ele, puxando o Modess para o lado, enfiou o dedo nela. Depois que gozou na boca da garota ele a deitou e lhe tirou a calcinha, que estava toda manchada de sangue. Embrulhou o Modess nela e a jogou num canto. Abriu-lhe as pernas e enfiando a cabeça entre elas meteu a boca nela. A Camilinha enquanto era chupada se contorcia, gemia e deliciada gozava... E gozava... E gozava...
Quando o rapaz parou de chupá-la ela olhou para ele e viu a boca dele toda cor de rosa, melada com a mistura do seu sangue com a porra que tinha escorrido dela e achou-o lindo. Naquele momento teve certeza de ter encontrado o grande amor da sua vida.
O namoro do Percival com a Camilinha durou muitas primaveras – e menstruações – e eles foram muito felizes juntos. Desse dia em diante ela passou a chamar ele carinhosamente de: “Meu vampirinho querido”
CARLOS CUNHA
O Poeta sem limites
Eva Angelina & Alexis Amore
Arquivo do Poeta / As confissões de um sacristão gay
As confissões de um sacristão gay
Padre Gervásio não aprovava o comportamento daquele rapaz. O achava delicado em excesso, que seus modos eram um tanto afeminados e que ás vezes ele se comportava com muita liberdade com os seus devotos, principalmente com os rapazes que cantavam no coro. Mas fazer o que?
Era um bom sacristão e a sua ajuda facilitava muito os seus serviços na igreja, sobrando assim muito mais tempo para ele se dedicar as suas obras caritativas e ao trabalho estafante que tinha como ministro de Deus.
Desde quando o aceitara, menino ainda, como sacristão na igreja, de Santa Clara, muitos dos problemas que tinha nela acabaram. A sacristia vivia sempre limpa, as imagens dos santos eram espanadas e lavadas, com pano molhado, todos os dias. O cálice e a patena de ouro, juntos com os outros objetos de metal usados na santa missa, eram sempre polidos e viviam brilhando. O rapaz varria a igreja duas vezes por dia, encerava o chão dela e os bancos de madeira toda a semana e no domingo, após ajudar a missa com dedicada perfeição, passava horas no salão paroquial distribuindo alimentos para as pessoas carentes.
Era muito devotado, a sua igreja e a Deus, nunca deixando além de ajudar na santa missa de participar da comunhão.
Sim tinha de aceitar aquele moço como ele era afinal no seu trabalho como padre era seu dever ver a todos, sem exceção, como filhos de Deus e não podia julgar ninguém se abstendo a perdoar em Seu nome e deixando o julgamento a cargo desse próprio Deus. Só que com aquele seu sacristão, às vezes, era muito difícil para ele agir assim.
O padre, já acostumado a ouvir todo tipo de pecado que as pessoas lhe contavam a procura do perdão divino, ficou horrorizado quando o sacristão fez a sua primeira confissão com ele.
Não tanto pelos pecados, que eram iguais a muitos que ele já tinha ouvido inúmeras vezes, mas principalmente pela maneira de relatar e pelas palavras usadas pelo sacristão para se confessar.
Ele tinha acabado de dar a absolvição a uma senhora pecadora que havia lhe contado ter brigado com a vizinha, cometido o pecado da gula e desfilado um rosário de peca ditos sem importância. Disse a ela que rezasse quatro Padres Nosso e quatro Ave Maria, como ato de contrição, e a despedido com sua benção, quando o seu sacristão se ajoelhou no confessionário e lhe falou através da tela deste:
- Padre eu pequei.
- Sim meu filho. Todo mundo peca. O importante é nos arrependermos dos nossos pecados e pedirmos perdão para Deus com o coração aberto. Agora, conte-me os seus pecados e alivie a sua alma.
- Eu cometi o pecado da carne. O senhor sabe né, eu sou homossexual e quando olho para um homem me da uma coceira atrás que só passa quando ele me enraba.
- Mas meu filho, esse é um pecado muito grave. A lascívia é uma das coisas mais condenadas pela santa madre igreja. Você precisa deixar de cometer esse pecado para ter aberta às portas do céu.
- Eu juro que tento padre, mas quando a coceira no meu rabo fica muito forte não tem outra maneira de passar. Só um cacete acaba com ela.
- Procure não pecar meu filho. Agora vá com Deus que eu te absolvo no nome Dele. Quando chegar a casa reze o Padre Nosso, a Ave Maria e a Salve Rainha uma dúzia de vezes cada e peça ardorosamente a Ele que o perdoe.
Toda semana o sacristão voltava lá pra contar os seus pecados, que eram sempre os mesmos, só que os contava de maneira sempre mais escandalosa, nunca deixando de fazer o padre Gervásio ficar horrorizado:
- Padre, eu tornei a cometer o pecado da carne.
- Mas meu filho, de novo? Toda vez que você se confessa conta esse pecado e diz que está arrependido, só que volta a cometê-lo.
- Perdão padre, é que eu não agüento a coceira. Quando ela começa enquanto um homem não enfia o cacete no meu rabo ela não passa. O senhor nem imagina como ela é forte.
- Que Deus tenha piedade de você meu filho. Desse jeito ainda vai acabar perdendo a sua alma.
- Vou não padre. Eu conto pro senhor e Ele me perdoa.
Teve uma vez que o sacristão adicionou um pecado, aos que o padre já conhecia, em sua confissão:
- Padre, eu peguei um dinheiro da caixa de esmolas da igreja.
- Você pegou o dinheiro da esmola meu filho! Por que é que fez isso?
- Foi por necessidade padre. Eu conheci um moço, que carrega saco lá no mercado, muito bonito e forte pra burro. Foi só olhar pra ele e a minha coceira atacou sem piedade. Dei uma cantada nele pra gente transar e ele disse que tudo bem, mas que queria dinheiro. Peguei o dinheiro da caixa de esmolas pra dar pra ele. E valeu a pena padre, até beijo na boca me deu.
- Mas meu filho, até que ponto você chegou. Roubar dos pobres pra satisfazer os seus desejos pecaminosos. Desta vez vai ter de fazer uma penitência muito grande para que Deus te perdoe.
- Eu não roubei não padre, só peguei emprestado. Só foram dez reais e o senhor pode descontar quando for me pagar neste mês.
Quando chegava o mês de fevereiro o padre Gervásio ficava sem o seu sacristão por alguns dias. Ele ia pro Rio de Janeiro para desfilar no Salgueiro, onde saia na ala gay. Ao voltar de lá a lista de pecados, que tinha para contar ao padre, era sempre enorme. O padre escutava os detalhes escabrosos das orgias que ele tinha participado no carnaval e lhe dava a absolvição em nome de Deus. Toda vez que ele deixava o confessionário o padre ficava pensando.
"Mesmo conhecendo a bondade, a benevolência e a misericórdia do Senhor, eu tenho minhas dúvidas de que Ele vai permitir a entrada desse meu sacristão no Reino do Céu."
CARLOS CUNHA / o Poeta sem limites
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